Intervenção de Mário Rodrigo Cunha, Organização Regional da Algarve, XXII Congresso do PCP

Serviços públicos e a luta das populações algarvias

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Camaradas,
Na região algarvia as consequências dramáticas da política de direita, da qual o actual governo não dá mostras de se desviar, são bem conhecidas no que aos serviços públicos diz respeito.

Contrariando o que nos querem impor, o Partido tem lutado por Serviços Públicos de qualidade, ora tomando a dianteira da luta, ora estando ao lado das comissões e movimentos de utentes, reforçando a acção e a convergência nas muitas batalhas travadas  ao longo dos últimos anos.

Pela sua importância, e por ser um sector sob feroz ataque, os utentes foram chamados a agir em defesa do Serviço Nacional de Saúde. Foram disso exemplo as tribunas públicas, concentrações e outras iniciativas, organizadas pela Comissão de Utentes do SNS nos hospitais de Portimão e Faro, contra o encerramento de serviços e a falta de profissionais. E também em localidades como Silves e Messines, contra a falta de médicos de família, ou em São Brás de Alportel, onde se dinamizaram acções em defesa do Centro de Medicina Física e Reabilitação do Sul.

Apesar de não se tratar de um serviço, ninguém coloca em causa a fundamental importância da defesa da habitação enquanto bem público. E por isso as populações do Algarve souberam responder aos apelos do Movimento “PORTA a PORTA - Pelo Direito à Habitação” para, em várias cidades, exigir uma política que garanta o direito à habitação, cumprindo-se a Constituição. O Algarve não pode ser apenas a região dos que nos procuram para passar férias, tem de ser também uma região onde se possa viver!

E como não referir as muitas lutas pelo direito à mobilidade,  por estradas de qualidade e requalificadas, com as populações a organizar buzinões na EN 124 e protestos  por questões tão concretas como a construção de uma rotunda na EN 125.

E daqui saudamos a luta pelo fim das portagens na Via do Infante, denunciando quem queira colher os louros do fim desta injustiça, quando durante mais de uma década contribuíram para a mesma, como faz o PS. Da nossa parte não temos dúvidas que só a luta constante e determinada das populações tornou possível este desfecho.

E as populações sabem que o PCP nunca lhes faltou nem nunca traiu a sua confiança. Por isso, apesar de continuarmos a achar que se deveria ter ido mais longe, com o fim da PPP que continuará intocável, não deixamos de trazer aqui este exemplo de como a luta é sempre o principal motor na correcção das injustiças!

Além destes exemplos, as populações, mais ou menos organizadas, mas nunca sozinhas, têm também dado ainda resposta às dificuldades que surgem em matérias como a educação, comunicações, acesso a serviços bancários, entre outros.

Uma coisa é certa, com maior ou menor sucesso, as populações algarvias têm dado resposta aos apelos pela defesa dos serviços públicos. Enquanto comunistas, cabe-nos, participar e dinamizar estas lutas, por serviços públicos de qualidade, que têm de ser reflexo de uma estratégia de desenvolvimento regional. Este é, repetimos, o objectivo pelo qual o PCP se tem batido, e se continuará a bater.

Viva o Partido Comunista Português!

 

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