Camaradas,
Os estudantes do ensino secundário sentem na pele a política de direita. Sentem-na quando têm de acordar de madrugada para apanhar os transportes, que tantas vezes não passam. Sentem-na quando chegam à sua escola onde há anos prometem obras que nunca vêem. Sentem-na no frio que passam no inverno, na comida da cantina que falta e nas aulas que não têm por não terem sequer professor. E sentem-no, é claro, na injustiça dos Exames Nacionais uma régua torta, que só serve como mais uma barreira no acesso à Educação. Sentem-na todos os dias e é por isto mesmo que também aqui a ofensiva ideológica é intensa.
É omnipresente na vida dos estudantes desde as páginas dos seus manuais ao feed das suas redes sociais. Com a promoção dos valores da competição, do individualismo e do cada um por si. Com a mentira, a calúnia e a deturpação anticomunista. Com o apagamento histórico da Revolução de Abril, da sua ligação com os direitos e aspirações da juventude. Com as tentativas de infantilização dos estudantes e os entraves que colocam a todas as suas formas de participação democrática. Com tudo isto procuram um objectivo comum. Impedir que os jovens compreendam que as injustiças não são inevitáveis, que o caminho para lhes pôr fim é a unidade e a luta e que nessa luta sempre tiveram, têm e terão a JCP e o PCP do seu lado.
É natural questionarmo-nos, ante todas estas dificuldades, porque é que a JCP identifica a organização do ensino secundário como prioritária?
É precisamente por isto, porque as desigualdades estão a nu e as injustiças à vista de todos. Por ali, pela escola, passam todos os jovens, ali começamos a formar consciência sobre o mundo que nos rodeia, é é por isso que nós, comunistas, temos de estar presentes. E mais do que estar presentes, vamos ao contacto, ouvimos, discutimos, esclarecemos, organizamos e recrutamos. São os estudantes comunistas que constroem a unidade e transformam as injustiças em força para lutar, em solidariedade, amizade, alegria e força transformadora.
O cenário é difícil, mas os estudantes resistem. Queremos sublinhar a semana de luta, de 18 a 22 de novembro, com o lema “Faz-te ouvir!”, onde centenas de estudantes organizaram Reuniões Gerais de Alunos, pinturas de faixas, concentrações e manifestações, desde Vila Real, Braga, Porto, Aveiro, Coimbra, Santarém, a Lisboa, Setúbal, Évora, Beja e Algarve, para exigir a escola a que temos direito.
Nas pancartas escreveram “Em luta pela Escola de Abril!”, “menos sobrecarga horária, mais tempo para viver”, “obras já”, “Não somos uma nota num exame” ou “hoje a aula é na rua”. Ecoaram as palavras de ordem “sou estudante e venho exigir que nas decisões haja espaço para me ouvir”, “25 de Abril sempre, fascismo nunca mais” e que “estudantes unidos, jamais serão vencidos”.
Nessas lutas, os estudantes do ensino secundário confirmaram que podem contar com a JCP e o PCP. Não é por acaso que só desde o começo deste ano lectivo já foram mais de 50, os estudantes do ensino secundário que se juntaram à JCP. Mas se é isso verdade, também é verdade que o PCP e a JCP podem contar com a luta dos estudantes para exigir que se cumpra o Portugal e a Escola de Abril, a escola pública, democrática e de qualidade!
Viva a Juventude Comunista Portuguesa!
Viva o Partido Comunista Português!
Viva o XXII Congresso!