Resposta ao convite endereçado pelos organizadores do Protesto da "Geração à Rasca"

Caros João Labrincha, Paula Gil, Alexandre de Sousa Carvalho, António Frazão

Face ao convite endereçado, informamos que o Partido Comunista Português se fará representar no protesto por vós organizado para o dia 12 de Março, em Lisboa, sob o lema "Protesto da Geração à Rasca".

Aceitamos o convite tendo em conta os seus objectivos centrais e o conjunto de problemas que marcam hoje a vida dos trabalhadores, muito em particular das novas gerações.

O desemprego, a precariedade, os baixos salários, os ataques aos direitos de quem trabalha, a “fuga de cérebros”, a emigração, o aumento da exploração, são problemas que o PCP há muito combate e procura solução, colocando-as no centro do debate político, apresentando propostas, identificando as erradas opções políticas dos sucessivos governos e os grandes responsáveis pela actual situação.

A defesa do direito ao trabalho e ao trabalho com direitos, a valorização dos salários constitui uma questão central na acção política do PCP, animando e apelando à mobilização para a luta por esses objectivos.

Uma intervenção política que tem tido expressão em propostas na Assembleia da Republica, como é exemplo a recente apresentação da proposta do PCP que tem como objectivo o fim dos falsos recibos verdes e a sua transformação em contratos de trabalho, no seguimento do plano nacional de combate à precariedade pelo qual o PCP tem vindo a lutar.

A luta pela afirmação de uma política que assegure os direitos, designadamente dos jovens trabalhadores, é inseparável de um outro rumo capaz de assegurar a defesa da produção nacional, a criação de emprego, a dinamização da economia, a diminuição das importações e de aproveitamento e valorização dos recursos materiais e humanos do país.

Uma intervenção que vamos continuar a desenvolver, apelando ao protesto e à indignação, animando e mobilizando para a luta dos trabalhadores e das novas gerações e que continuará nas próximas semanas na manifestação nacional em Lisboa, convocada pela CGTP-IN, dia 19 de Março e na acção de luta da juventude trabalhadora, no próximo dia 1 de Abril, convocada pela Interjovem / CGTP-IN.

É conhecido que há estruturas, movimentos e pessoas individualmente consideradas que tentam tirar partido da vossa iniciativa, procurando introduzir elementos e objectivos completamente opostos aos por vós enunciados. Preocupa-nos em particular as expressões concretas que esses elementos possam vir a assumir no dia 12 de Março.

É com a profunda confiança de que os trabalhadores, o povo, e em particular as novas gerações, não baixarão os braços, e que com a sua força, organização e determinação assegurarão a ruptura e a mudança de que o país precisa, que nos faremos representar no protesto por vós organizado.

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