Serão de saudar as iniciativas que procurem promover e salvaguardar as culturas dos povos, nomeadamente, ao nível da alimentação, como é o exemplo a candidatura do regime alimentar mediterrânico como património cultural inalienável da Humanidade, cuja nomeação será examinada pelo comité responsável da UNESCO, em 2009.
A concretização de tal objectivo pode contribuir para preservar, dar a conhecer e promover uma alimentação que predomina nos países mediterrânicos, apontada como saudável por diversos nutricionistas e outros especialistas.
Esta alimentação tem por base, como não podia deixar de ser, os produtos tradicionais da região do mediterrâneo, de que são exemplo, frutas e legumes, azeite, peixe, cereais, frutos secos, ervas aromáticas, lacticínios e carne de ovinos e caprinos, vinho.
No entanto, tem-se verificado uma diminuição da população que mantém estes saudáveis hábitos alimentares.
Deste modo, entre outras consequentes e necessárias iniciativas políticas, consideramos que deverão ser tomadas efectivas medidas de apoio às produções tradicionais mediterrânicas, nomeadamente no quadro da Política Agrícola Comum e Política Comum de Pescas. Medidas dirigidas à pequena agricultura e à agricultura familiar, assim como aos pescadores destas regiões, que garantam o seu rendimento. Medidas que valorizem os produtos tradicionais e artesanais e fomentem a dinamização dos mercados de proximidade.
No fundo, medidas que contrariem o crescente abandono da actividade agrícola e a diminuição da população que, pelos seus conhecimentos, protagoniza e salvaguarda a produção destes produtos tradicionais de qualidade.