Intervenção de João Delgado, Membro da DOR de Leiria e e 1.º candidato pelo círculo de Leiria, Encontro Nacional do PCP sobre eleições e a acção do Partido

Reforço do Partido, condição essencial para a acção

Reforço do Partido, condição essencial para a acção

Caros Camaradas,

O capítulo XII do Rumo à Vitória, aquele que tem a famosa passagem que tantas vezes citamos sobre a importância da organização, e cito hoje aqui também, por vem a propósito “Sem organização podem “fazer-se coisas”. Mas não se podem lançar grandes lutas, dar-lhes continuidade, eleva-las a um nível superior”. O citado capítulo XII designa-se “Sem organização não há vitória possível”, talvez possamos dizer que neste título o camarada Álvaro fez, de facto, a síntese da grande questão de fundo.

Organização, no sentido da preparação, orientação e funcionamento dos militantes, organização no sentido do funcionamento geral do Partido. A organização como condição indispensável para a unidade e coesão do nosso Partido e para a acção consequente tendo em conta os seus objectivos e projecto.

O Partido tem procurado, nos congressos, encontros e conferências, nas assembleias das organizações, mas sobretudo no trabalho diário, olhar para esta questão especifica.

A “Conferência Nacional - Tomar a iniciativa, reforçar o Partido, responder às novas exigências” sistematizou os aspectos centrais que nos estão colocados quanto às linhas de reforço da organização do Partido, das organizações de massas, e quanto à sua articulação com a iniciativa política em torno dos principais problemas e aspirações dos trabalhadores, do povo e do nosso país.

Permitam que aqui volte ao camarada Álvaro, mas agora ao Partido com Paredes de Vidro, para recordar duas ideias sobre organização e trabalho de massas.

A primeira é que organização, actividade e luta de massas estão dialecticamente ligadas por uma relação de causa e efeito, ou seja – só se pode ter uma organização, tal como o PCP a concebe, desenvolvendo um profundo trabalho de massas; e só se pode ter um vasto trabalho de massas se tivermos por base uma organização capaz de o concretizar. Avançamos numa, avançamos noutra. Recuamos numa, recuamos noutra, para voltarmos a avançar logo a seguir.

A segunda, é que uma organização que se volta para dentro está condenada a morrer. As tarefas do Partido, todas elas, só se resolverão se nos virarmos para fora, para o trabalho de massas, para as populações onde quer que elas se encontrem.

Camaradas, 

Temos nestes próximos meses três importantes acções de massas (para lá de toda a acção reivindicativa e luta que se desenvolverá nas empresas, nos locais de trabalho e na exigência de resposta aos problemas das populações) que são as eleições que visam eleger os deputados para a Assembleia Regional dos Açores, para a Assembleia da República e para o Parlamento Europeu.

Três acções de massas que terão tanto mais êxito quanto mais conseguirmos avançar no trabalho geral de organização. 

Avançar na planificação e concretização das campanhas de contacto, esclarecimento e mobilização para o voto na CDU; no recrutamento e responsabilização de quadros; na estruturação do Partido para responder aos aspectos eleitorais concretos ou aproveitando esta dinâmica para estruturar o Partido nas empresas e cada território; na prontidão dos meios e dos quadros nas questões de agitação e propaganda; no conhecimento e na intervenção sobre a realidade concreta e especifica; num estilo de trabalho confiante, rigoroso, persistente, alegre e determinado.

Camaradas, 

No Partido, em cada uma das suas organizações, podemos olhar para as múltiplas fragilidades e insuficiências, a questão está, para lá de as identificar, em supera-las. Temos um valoroso colectivo partidário, temos a vasta, rica e única experiência do nosso Partido, temos a determinação necessária para o fazer, e temos, também, a força imensa dos trabalhadores e do povo e das seus justas e legitimas aspirações a viver melhor.

Os níveis de resistência, unidade e luta dos trabalhadores e do povo no nosso país, o prestígio, inserção e capacidade de atração do Partido entre as massas, o comprovado acerto da nossa análise e linha política, atestam bem o que este colectivo, esta organização, esta grande massa de homens e mulheres de Palavra, Dignidade e confiança, pode e tem capacidade para fazer! 

Vamos ao trabalho camaradas!

Viva o PCP!
Viva a CDU!