Sra. Ministra Bjerre, a Sra. tem uma tarefa muito difícil pela frente. O discurso da União Europeia sobre o Estado de Direito e os direitos humanos está corroído por contradições e por posições de dois pesos e duas medidas. Há um problema evidente de falta de credibilidade das instituições da União Europeia quando se fala de direitos humanos e Estado de Direito, sobretudo quando se olha para as posições da União Europeia sobre o que se está a passar na Palestina. Por um lado, proclama-se a defesa do Estado de Direito e dos direitos humanos. Por outro lado, fecha-se os olhos ao que se está a passar na Palestina e assume-se uma posição de cumplicidade com o genocídio em Gaza. Essa tem sido a posição da União Europeia.
E a pergunta que lhe quero fazer é de saber o que é que podemos esperar da Presidência dinamarquesa da União Europeia. Que medidas podemos esperar para exigir a Israel o fim do genocídio, o respeito pelo Direito Internacional, o respeito pelos direitos do povo palestiniano, o respeito pelas medidas determinadas pelo Tribunal Internacional de Justiça para a defesa dos direitos humanos, para a defesa dos direitos do povo palestiniano.
Que medidas podemos esperar da Presidência dinamarquesa para quebrar com a cumplicidade com a política genocida e de ocupação que Israel leva por diante em Gaza e em toda a Palestina. Podemos esperar da parte da Presidência dinamarquesa uma ação firme no sentido da suspensão do Acordo de Associação entre a União Europeia e Israel?
Podemos esperar da Presidência dinamarquesa uma defesa da Organização das Nações Unidas e dos seus representantes, como é o caso da relatora especial, Francesca Albanese, que está neste momento a ser vítima de medidas políticas, de coação política por parte da administração norte-americana Donald Trump simplesmente por assumir a denúncia do genocídio e da violação do Direito Internacional e do desrespeito pelos direitos do povo palestiniano?
Que posição assumirá a presidência dinamarquesa da União Europeia sobre estas questões, incluindo também o fim do financiamento da União Europeia à Israel, incluindo para fins militares?