O PCP começa por saudar a FENPROF, presente aqui nas galerias, e os mais de 8 mil subscritores que reivindicam o regresso da gestão democrática às escolas.
Condição fundamental da democracia é a vertente da participação. A construção do edifício democrático pode e deve ser iniciada cedo da vida de cada pessoa, sendo a Escola Pública imprescindível para a construção de uma cultura integral onde estudantes e trabalhadores tomem nas mãos o exercício dos seus direitos e os caminhos da gestão das escolas.
Esta é uma visão de progresso e é a proposta do PCP, mas não é este o modelo em vigor, criado pelo PS de José Sócrates e retocado pelo governo PSD/CDS. O modelo hoje em vigor é o da política de direita e não faz sentido que exista.
As “lideranças fortes” não substituem a necessidade de decisões e órgãos colegiais.
A autonomia do director e o seu projecto pessoal não substituem a verdadeira autonomia das escolas que, aliás, só é possível cumprir com mais financiamento.
A autonomia para a escola fazer não mais do que aquilo que a tutela pretende que se faça, não é verdadeira autonomia.
O simulacro democrático de eleições condicionadas a pré-escolhas e designações pelo director não substitui a verdadeira liberdade de eleger e ser eleito pelos pares.
Mais: não há democracia plena nas escolas sem que professores, técnicos, auxiliares, administrativos, alunos, pais e encarregados de educação participem efectivamente na gestão.
A pergunta crucial, senhoras e senhores deputados, é quem quer manter intacto um modelo injusto, atrasado, que não fomenta a participação democrática, quezilento, que proporciona interferências externas à comunidade educativa, que contribui para a existência de mais e mais dificuldades para coisas tão simples como a realização de reuniões gerais de alunos ou quem está disponível para com o PCP tomar esta oportunidade nas mãos para alterar o regime em vigor e implementar a gestão democrática, desenvolvendo o debate e apresentando propostas em sede de especialidade.
O PCP continuará firme e empenhado, apresentando propostas para que todos os que estudam e trabalham na Escola Pública sejam os construtores da democracia, cada um com o seu tijolo.
Disse.