Intervenção de João Ferreira no Parlamento Europeu

Preparação do Conselho Europeu (24-25 de Outubro de 2013)

Dirijo-me ao Sr. Presidente da Comissão Europeia, que, mais uma vez, se foi embora antes do fim do debate.

Queria falar-lhe de democracia, de soberania, do Estado de direito. São conceitos com os quais terá alguma dificuldade de relacionamento, a julgar pelas suas declarações recentes sobre o Tribunal Constitucional português.

Queria também falar-lhe da mediocridade dos que sempre se armam em fortes com os fracos mas que são sempre fracos com os fortes. Saberá bem do que lhe falo.

Enquanto presidente da Comissão Europeia, o Sr. Barroso resolveu chantagear o Tribunal Constitucional dizendo que se este não aceitar as medidas impostas pela troika então “temos o caldo entornado”.

Sr. Barroso, a Constituição Portuguesa, que o Sr. desrespeitou e ofendeu, diz no seu artigo primeiro que “Portugal é uma República soberana, baseada na dignidade da pessoa humana e na vontade popular e empenhada na construção de uma sociedade livre, justa e solidária”.

Esta determinação não vive apenas na letra da Constituição, vive na vontade do povo português, que da mesma forma que correu consigo quando primeiro-ministro, resistirá à agressão e correrá com a troika, com os seus homens de mão e com as suas políticas de destruição e desastre.

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