1. A acção fascizante que se desenvolve há anos, que tem no racismo uma das suas expressões, é hoje inseparável da promoção dada a forças reaccionárias e populistas.

As campanhas e acções de intolerância e provocação que se têm registado nos últimos dias reclamam denúncia e combate. Seja a exibição provocatória da extrema-direita junto a uma associação anti-racista, sejam as campanhas infames contra o PCP, sejam as ameaças a organizações ou pessoas, nomeadamente deputados.

A redução do número de debates parlamentares sobre o Conselho Europeu insere-se no quadro das limitações aos poderes de fiscalização da Assembleia da República que PS e PSD têm em curso de que será exemplo mais evidente o da eliminação dos debates quinzenais com a presença do primeiro-ministro.

No caso em presença esta redução constitui uma amputação ao escrutínio exigível em matérias que adoptadas em instâncias externas afectam Portugal e prejudicam, como se tem comprovado, o direito ao desenvolvimento soberano do País.

Quero recordar nestas palavras o que Fernanda Lapa representou enquanto actriz de excelência, mulher da cultura e militante comunista.

Recordo o seu empenho cultural e cívico na luta pelo progresso e pela emancipação do povo português.

E guardo em particular, quer as suas múltiplas presenças na Festa do Avante!, quer uma das últimas vezes em que pude estar com a Fernanda Lapa por ocasião do comício do PCP que lançou as comemorações do Centenário do Partido, no qual uma vez mais contámos com a sua participação.

A peça ontem editada pela SIC a pretexto da Festa do Avante! para denegrir o PCP constitui um exercício deplorável assente em calúnias, mentiras e insinuações. Não importará, de momento, tecer considerações sobre as motivações políticas e outras que possam ter movido a sua construção. Registe-se tão só que o jornalismo deveria ser ditado por princípios deontológicos e no respeito pela verdade.

Sobre a matéria de facto esclareça-se que confundir volume de receita total da Festa com proveitos é, mais do que uma lamentável prova de ignorância, pura manipulação.