Alguns sectores políticos, assim como jornais do Norte e jornais estrangeiros estão lançando uma campanha contra o PCP em tomo das recentes sublevações militares.
Ao mesmo tempo que sectores esquerdistas acusam o PCP de não ter querido participar no golpe, sectores reaccionários acusam o PCP de ter preparado e participado no «golpe para a conquista do poder».
A acusação cujos fins são óbvios, não tem qualquer fundamento.
De há muito, ainda do tempo do V Governo Provisório, o PCP se pronunciou contra um confronto militar e tem defendido uma solução política da crise.
Os extractos de documentos que se juntam a esta nota e que abrangem o período de 10 de Agosto a 28 de Novembro, mostram a persistência nesta orientação, a oposição a uma solução de força e de guerra civil, e a insistência numa solução resultante de negociação.
Coerente com essa orientação, tanto na actividade política geral, como em encontros e diligências feitas junto de órgãos do poder e de representantes das diversas tendências militares e de organizações politicas, o PCP defendeu sempre com firmeza a mesma orientação, procurando contribuir para evitar um confronto militar que previsivelmente aproveitaria às forças da reacção e para promover ou facilitar um acordo e uma solução política.
Hoje, como sempre, o PCP permanece fiel à orientação traçada, que os acontecimentos revelaram ser inteiramente justa e cujas linhas gerais continuam a constituir uma orientação básica a fim de congregar as forças necessárias para fazer frente à ameaça do fascismo que se avoluma, para defender as liberdades, para assegurar a vitória final da revolução portuguesa.