Sr. Presidente, Srs. Deputados,
Hoje neste debate sobre o SNS, todos identificaram e apontaram as sérias dificuldades que o SNS enfrenta.
Mas uma coisa é certa, as razões, e os interesses pelos quais os diferentes partidos aqui discutiram os graves problemas do SNS não são as mesmas e em muitas situações são mesmo contrárias principalmente nas soluções e medidas propostas.
Para o PCP, o que se exige é uma outra política de saúde que valorize o SNS a começar pelos seus profissionais!
Uma outra politica de saúde que se traduza num verdadeiro e considerável reforço do investimento no Serviço Nacional de Saúde, só assim será possível acabar com o elevado número de utentes sem médico de família, com os elevados tempos de espera para consultas, cirurgias, tratamentos e exames, pôr fim à indigna desvalorização dos profissionais de saúde e aos equipamentos obsoletos e à degradação ou desadequação das instalações que não respondem às dificuldades sentidas no SNS.
Para outros, para aqueles que sempre se opuseram à criação do SNS, falar dos seus problemas não é para os resolver, mas antes para justificar a entrega aos grupos privados do negócio da doença, uma estratégia já bem conhecida na qual PSD, IL e CH investem tudo o que têm!
O PS e o seu Governo de maioria absoluta, dizendo que defendem o SNS, têm mostrado o caminho contrário, escancarando a porta ao privado, alimentando a estratégia da degradação do SNS pela via da desvalorização dos seus profissionais, pela degradação das condições de trabalho, pelo desinvestimento em equipamentos e tecnologia, acabando por fazer tão bem ou melhor, do que o PSD, IL e CH fariam, se pudessem, na destruição do SNS.
Srs. Deputados, o Governo PS tem levado a cabo uma política de redução os serviços públicos de saúde, para assim ir comprar mais ao privado o que corresponde inevitavelmente a maiores custos, mas principalmente porque de uma forma mais ou menos disfarçada o PS vai seguindo o mesmo caminho dos partidos de direita e estrema direita de privatizar o serviço publico de saúde.
Se não veja-se, com tamanhas dificuldades que o SNS tem vivido, ainda não se viu uma medida que fosse de reforço do SNS, o que o Governo tem ajudado e bastante é a resolver os problemas dos grupos privados que lucram à custa do negócio da doença.
Certamente pode discutir-se a rede de maternidades, de urgências etc. e organizá-la de forma a dar a melhor resposta. Mas não é o objectivo do governo e sim o de reunir as condições para o encerramento de um largo número de serviços.
Por isso não temos dúvidas que a defesa do Serviço Nacional de Saúde é uma batalha fundamental do nosso tempo.
Convocamos para essa batalha todos os que defendem que o SNS é o melhor instrumento para assegurar o direito à saúde de toda a população.
A começar pelos trabalhadores da saúde que daqui saudamos, uma saudação que é extensível a todos os que já amanhã se irão manifestar nos 18 distritos do país, na Jornada Nacional de Defesa e Reforço do SNS organizada pela CGTP-IN.
Sem dúvida que esta luta pelo SNS «tem de ser uma luta de todos e para todos»
Na certeza de que podem contar com o PCP na defesa inabalável do SNS.
Disse.