A defesa da produção e do emprego com direitos exige que a Comissão
e o Conselho dêem maior atenção aos sectores produtivos, designadamente
da indústria, de cada um dos Estados-Membros e não tenham em conta
apenas os interesses dos grupos económicos apostados no comércio
internacional.
Sectores como o calçado, a têxtil e o vestuário têm sido
particularmente atingidos por esta desastrosa política de liberalização
do comércio internacional, designadamente no âmbito da OMC. Foram
milhares os postos de trabalho perdidos. Só em Portugal, destacam-se,
na área do calçado, as fábricas da C&J Clarks, em Arouca, Castelo
de Paiva e Vila Nova de Gaia, a fábrica da Rodhe em Trancoso, a Ara, em
Avintes, as reduções de centenas de empregos na Ecco e na Rodhe em
Santa Maria da Feira, entre muitas outras, designadamente na zona
de Felgueiras.
Mas com esta política não só perderam os trabalhadores e
inúmeras micro, pequenas e médias empresas, como se bloqueou o
desenvolvimento regional de vastas zonas, designadamente em Portugal.
Por isso, impõe-se que se vejam novas medidas, e, no mínimo, se
prolongue o prazo previsto para a manutenção de barreiras
alfandegárias, visando a defesa da produção e do emprego com direitos.