1 - Quando se assinala o Dia Internacional de Solidariedade com o Povo Palestiniano, o PCP reitera a sua condenação da escalada de guerra e da barbárie desencadeada por Israel sobre a população palestiniana na Faixa de Gaza, que se somam às que perpetrou ao longo de décadas de ocupação de territórios palestinianos.
Reafirmando a sua condenação de acções que visem as populações, o PCP denuncia e condena a hipocrisia de todos os que em nome do “direito de defesa de Israel” procuram branquear e justificar os crimes de Israel na Faixa de Gaza e na Cisjordânia.
Não há manobras mediáticas que consigam esconder a autêntica chacina do povo palestiniano cometida por Israel, que conta com a cobertura e o apoio dos Estados Unidos da América e da União Europeia.
A mera exigência de cessar-fogo há muito reclamada em todo o mundo foi repetidamente vetada pelos EUA no Conselho de Segurança da ONU. Na Assembleia Geral da ONU, onde dois terços dos Estados membros votaram favoravelmente essa exigência – incluindo Portugal –, os EUA, acompanhados de vários países que integram a União Europeia, opuseram-se mais uma vez a essa justa e necessária reivindicação de paz e humanidade.
O PCP denuncia e condena o objectivo proclamado por dirigentes israelitas da expulsão da população palestiniana da totalidade do território histórico da Palestina. É imperativo rejeitar tal inaceitável intenção.
2 - A trégua iniciada no dia 23 de Novembro, e que se exige que assuma um carácter definitivo, é um desenvolvimento positivo que permite minorar, embora de forma muito insuficiente, o dramático sofrimento do povo palestiniano.
É imperativo um cessar-fogo imediato e permanente, que acabe de vez com a chacina na Faixa de Gaza, que assegure o pleno envio da ajuda humanitária e que ponha fim a 17 anos de cruel cerco imposto à população palestiniana neste território.
Assume a maior gravidade o anúncio pelo governo de Israel de que pretende retomar e intensificar os ataques militares contra o povo palestiniano – há que dizer basta, há que pôr fim aos massacres.
3 - O PCP considera que não haverá paz sem uma solução justa para a questão palestiniana, sem o reconhecimento efectivo dos direitos nacionais do povo palestiniano.
Desde logo o direito à criação de um Estado da Palestina, nas fronteiras de 1967, com capital em Jerusalém Leste, assegurando simultaneamente o direito de regresso dos refugiados palestinianos, conforme as pertinentes resoluções da ONU.
O PCP sublinha que o actual agravamento do conflito é resultado do sistemático incumprimento destas e de muitas outras resoluções da ONU por parte de Israel e da inexistência há muitos anos de um qualquer processo político verdadeiramente justo e viável para a resolução da questão palestiniana.
O PCP condena a cumplicidade das várias potências imperialistas que há décadas dão cobertura ao reiterado incumprimento por Israel das resoluções da ONU, ou mesmo dos acordos que assinou sob a égide dos EUA, como os Acordos de Oslo
4 - O PCP valoriza o recente posicionamento de uma maioria muito significativa de países que se colocam do lado da paz e da defesa dos direitos do povo palestiniano, saudando simultaneamente as propostas de realização de uma Conferência Internacional no âmbito da ONU que tenha como objectivo a efectiva criação do Estado da Palestina, soberano e independente.
5 - O PCP saúda o vasto movimento popular que se desenvolve em Portugal e no mundo pela exigência da paz e em solidariedade com o povo palestiniano.
O PCP denuncia e condena as tentativas de criminalizar a solidariedade com o povo palestiniano, como se tem verificado em alguns países europeus.
Reiterando a sua solidariedade de sempre à heróica luta do povo palestiniano, o PCP saúda as iniciativas realizadas hoje – Dia Internacional de Solidariedade com o Povo Palestiniano – e apela à participação na manifestação anunciada para o próximo dia 8 de Dezembro, em Lisboa.