O Partido Comunista Português expressa o profundo repúdio perante a apontada fraude no apuramento dos resultados finais das eleições presidenciais de 26 de Novembro nas Honduras, facto que subverte a vontade popular expressa maioritariamente nas urnas a favor do candidato da coligação democrática, Salvador Nasralla, cuja vitória foi sustentada pelos resultados oficiais inicialmente divulgados e reconhecida por magistrados do próprio Tribunal Eleitoral hondurenho.
A atribuição pelo Tribunal Supremo Eleitoral de Tegucigalpa da vitória ao representante das forças da oligarquia hondurenha e actual Chefe de Estado, Juan Orlando Hernández, recorda o golpe de Estado militar encapotado de 2009, orquestrado pelos EUA, que resultou no afastamento do presidente legítimo e constitucional das Honduras, Manuel Zelaya, e no incremento da repressão e da exploração neste país da América Central.
Perante a ampla indignação e protesto populares face à apontada fraude eleitoral, o poder oligárquico das Honduras volta a recorrer à repressão, impondo o recolher obrigatório, realizando detenções em massa e assassinando manifestantes nas ruas.
O PCP condena a repressão levada a cabo pelas autoridades hondurenhas e denuncia a atitude de conivência e hipocrisia dos EUA, da OEA e da UE perante a espiral antidemocrática nas Honduras.
O PCP solidariza-se com as forças democráticas das Honduras e a sua exigência da reposição das liberdades e garantias democráticas e do apuramento rigoroso e imparcial dos resultados das eleições de 26 de Novembro.
O PCP expressa igualmente a sua solidariedade aos trabalhadores e ao povo hondurenhos, reafirmando a condenação da acção de ingerência por parte dos EUA, que mantêm bases militares nas Honduras e prosseguem uma política intervencionista neste país e por toda a América Latina e Caraíbas.