O PCP saúda a decisão do Comité Internacional da UNESCO de inscrever o cante alentejano como Património Cultural Imaterial da Humanidade. Tal decisão reconhece a relevância patrimonial do cante, o seu valor excepcional como símbolo identificador do Alentejo e identitário dos alentejanos, o seu enraizamento profundo na tradição e história cultural do País, a sua importância como fonte de inspiração e de troca intercultural entre povos e comunidades, sendo motivo de satisfação e orgulho para todos os portugueses.
O PCP felicita todos os que, com o seu trabalho, saber e dedicação, tornaram possível a concretização deste objectivo: o povo de cujo trabalho, vida e luta nasceu como impressiva expressão cultural, os cantadores alentejanos, os seus grupos corais, as colectividades e os seus activistas, que têm preservado e dignificado o cante alentejano, bem como as muitas personalidades e entidades que promoveram esta candidatura, desde logo a Câmara Municipal de Serpa.
Desde o primeiro momento que o PCP se associou a tal objectivo com a empenhada intervenção dos seus eleitos nas câmaras municipais, na Assembleia da República e no Parlamento Europeu, a par de diversas iniciativas que promoveu, nomeadamente na Festa do "Avante!", contribuindo assim para a visibilidade e apoio nacionais à candidatura.
O PCP expressa a convicção de que a decisão agora adoptada pela UNESCO vai contribuir para a salvaguarda e a promoção do cante alentejano, essa genuína expressão cultural de um povo, bem como para o surgimento de novos projectos musicais, turísticos e académicos, tudo isso concorrendo para um maior desenvolvimento do Alentejo e do País.
Num momento em que Portugal atravessa uma grave crise económica, social e cultural, resultado da política de direita imposta ao povo português nos últimos 38 anos, e agravada pelo Orçamento de Estado para 2015, com um desinvestimento ainda maior na cultura do nosso País, a decisão agora tomada pela UNESCO é também expressão da capacidade criadora do povo que, com a sua luta, inscreverá os valores de Abril no futuro de Portugal.