Exmo. Senhor Presidente da Comissão de Obras Públicas, Transportes e Comunicações,
A intenção anunciada pela Administração dos CTT de acabar com cerca de 1200 postos de correio que são hoje dos CTT, (fechando-os simplesmente ou acabando com eles invocando uma transferência para juntas de freguesia ou comerciantes) e de encerrar cerca de 500 estações de correio (transferindo-as para juntas de freguesia ou transformando as suas instalações em mini-centros comerciais com gestão associada a outras empresas), a ir por diante, representaria o mais brutal ataque ao serviço de correios até hoje feito, pondo em causa mais de mil postos de trabalho, afectando a sua qualidade geral e atingindo particularmente os interesses das populações do interior do país, das populações das aldeias e vilas isoladas e das populações das Regiões Autónomas.
Quando, segundo noticias que vieram a público, a Administração dos CTT e o governo admitem que na Região Autónoma dos Açores apenas fiquem a existir duas estações de correios (uma em Ponta Delgada e outra em Angra do Heroísmo) fechando ou desresponsabilizando-se de todas as outras; ou quando, segundo as mesmas notícias, admitem o encerramento das estações de correios em sedes de concelho de que são exemplo Mértola e Serpa, deixando-os, como certamente muitos outros, sem estação de correios, o que está em causa é o definhamento do próprio país. Na verdade a redução do serviço postal, a par de outros serviços e da própria Administração Pública está a desmantelar uma rede de cobertura nacional que é essencial à vida, à actividade económica à sustentação e desenvolvimento do país como um todo.
Considerando as preocupações relativas ao funcionamento desta entidade e à intervenção da tutela ministerial no que às matérias referidas diz respeito, o Grupo Parlamentar do PCP solicita, com a máxima urgência, a presença do Senhor Ministro da Economia na respectiva Comissão.