De 7 a 10 de Dezembro realizou-se em Luanda o VI Congresso do MPLA no qual participou em representação do PCP o camarada Jorge Cordeiro, membro da Comissão Política e do Secretariado do Comité Central.
Nos trabalhos do Congresso - em que participaram mais de 2100 delegados e no qual foram eleitos os novos órgãos de direcção do MPLA e reeleito Presidente do Partido, o camarada José Eduardo dos Santos, - o PCP teve ocasião de expressar a sua solidariedade e reafirmar o desejo de prosseguir e fortalecer os laços de amizade e cooperação com o MPLA.
O VI Congresso do MPLA definiu as novas tarefas e exigentes responsabilidades que a situação em Angola, terminada que foi há sete anos a guerra e consolidada a paz, coloca no plano do desenvolvimento e do progresso social em que o partido está empenhado em prosseguir para a construção de um futuro melhor naquele país. Em debate estiveram nessa perspectiva as tarefas no futuro próximo dirigidas para a reconstrução de infraestruturas já iniciada, o fortalecimento da rede de serviços básicos essenciais como a saúde e a educação, a qualificação e formação, a par do necessário aumento da produção e de um mais decidido combate à pobreza.
Falando da tribuna do Congresso o camarada Jorge Cordeiro teve ocasião de expressar as inquietações que a situação internacional suscita decorrente da crise do capitalismo e da nova ofensiva que o imperialismo adoptou como resposta ao avolumar das suas próprias contradições. Foram neste quadro sublinhadas e denunciadas as operações para o reforço da militarização, da opressão e da exploração, o acentuar das acções destinadas a restabelecer relações neocoloniais e sobretudo as crescentes intervenções da NATO, dos EUA e da União Europeia no Continente Africano de que são exemplo o projecto de estabelecimento de um comando militar (AFRICOM), as manobras militares aí realizadas e a instalação de novas bases militares. Mas também as possibilidades de resistência e de avanços que a luta dos povos revela para contrariar os projectos do imperialismo. Como foi sublinhado a luta pela paz e contra a guerra coloca como uma necessidade o fortalecimento e alargamento de uma frente anti-imperialista que inverta o actual curso das relações internacionais e crie condições para as alternativas de progresso e justiça social. Uma frente anti-imperialista que torne possível reforçar a luta por uma nova ordem internacional livre de relações de exploração e opressão imperialista, mais pacifica, mais equitativa e mais justa.
Dando conta da luta que os comunistas portugueses prosseguem para impor uma ruptura com a política de direita e pela construção de uma real alternativa de esquerda – que abra portas a uma democracia avançada que aponte como perspectiva o socialismo – o PCP reafirmou a vontade de prosseguir e fortalecer as relações históricas de amizade forjada na luta comum contra o fascismo e o colonialismo e prosseguida na solidária e combativa atitude para consolidar a total independência conquistada após anos de luta naquele país.