Intervenção de Rui Braga, Secretariado do Comité Central, XXII Congresso do PCP

O papel dos quadros

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Camaradas,

Quando nos referimos ao papel dos quadros, estamos a falar da base estrutural do nosso Partido. São eles, os quadros, o elemento em que assenta toda a nossa acção, intervenção e actividade partidária.

Sem eles, sem os muitos e muitos milhares de camaradas - homens, mulheres, jovens - que dinamizam, que dão corpo, que dão vida, que põem a funcionar, o nosso Partido, este não estaria em condições de responder, como tem respondido, aos problemas com que se confronta.

O papel insubstituível do Partido na vida política nacionalnão seria possível sem o contributo abnegado, generoso e revolucionário de milhares de quadros que, a diferentes níveis de responsabilidade, desempenham variadíssimas tarefas para corresponder às exigências de reforço do Partido e fazem doPCP um partido diferente de todos os outros partidos no panorama político nacional.

Esta realidade coloca ao trabalho de direcção, o reconhecimento do que isto representa e a permanente responsabilização de novos quadros. É necessário estar adquirido, que chamar ou eleger um camarada para um organismo, coloca a necessidade de lhe atribuir uma tarefa regular.

A Conferência Nacional “Tomar a iniciativa. Reforçar o Partido. Responder às novas exigências” que realizamos emNovembro de 2022, adoptou um conjunto de orientações, entre as quais a responsabilização de mil novos quadros.

Hoje, podemos afirmar que esse objectivo não só foi concretizado, como com empenho, com determinação, com audácia,já foi ultrapassado.

Porventura, muitos dos camaradas que assumiram tarefas, desde essa altura, estão hoje aqui entre nós, contribuindo assim para que o nosso Partidocontinue a cumprir o seu papel de sempre, por uma sociedade mais justa e fraterna, pelo socialismo e pelo comunismo.

Camaradas,

Temos um conjunto de quadrosvaliosos, profundamente dedicados ao Partido, cuja acção e intervenção é essencial para a concretização dos objectivos a que nos propomos. São esses quadros, conjuntamente com os milhares de militantes, activos, firmes e dedicados, estreitamente ligados aos interesses dos trabalhadores e do povo,aos seus problemas e aspirações, que em ligação à realidade concreta constituem, também, a base fundamental para o acerto das nossas análises e decisões.

A experiência acumulada pelonosso Partido, mostra-nos que uma correcta política de quadros é um elemento central para o êxito do nosso trabalho de organização e intervenção e constitui um aspecto fundamental do trabalho de Direcção. Contudo, apesar dos passos positivos que se têm dado neste domínio, continuam a verificar-se deficiências e atrasos no melhor conhecimento, responsabilização e acompanhamento dos quadrosque merecendo importa superar.

Por vezes a avaliação dos quadros é feita com superficialidade, de modo unilateral, com falta de espírito crítico e autocrítico, acentuando só os êxitos ou só os erros, subestimando aspectos essenciais, que partindo de dificuldades reais, ou do insuficiente conhecimento,impedem que outros camaradas possam assumir tarefas, ganhar experiência, revelarcapacidades e potencialidades para assumirem mais responsabilidades.

As condições em que hoje desenvolvemos a nossa luta exigem dos quadros uma preparação cada vez mais elevada, diversificada,capaz de responderno plano político e ideológico.

Os quadros não aparecem do nada, não se formam espontaneamente, não surgem por acaso. Os quadros emergem e desenvolvem-se a partir dos militantes do nosso Partido, nas empresas, nas fábricas, nas diversas frentes de luta em que o PCP intervém. Os quadros formam-se com a actividade, a intervenção e a luta, no contacto diário com a realidade. É aí, que pela sua intervenção e na superação das dificuldades se revelam e formam os traços característicos dos quadros do Partido.

A preparação política e ideológica dos quadros é uma tarefa fundamental, que sendo da responsabilidade dos organismos, é também um dever dos quadros. A preparação dos quadros mais jovens, caldeada com experiência de outros quadros,e alicerçada no trabalho colectivo, tem de ser vista como indispensável ao desenvolvimento e ao fortalecimento do nosso Partido.

O estudo dos documentos do Partido e das Obras do marxismo-leninismo, dos princípios teóricos, aliados à prática e à experiência do nosso Partido, o conhecimento da história do PCP e do processo da Revolução Portuguesasão aspectos indispensáveis, fundamentais para elevar o nível políticoe ideológico.

De entre os quadros do Partido, valorizamos e destacamos os funcionários do Partido, pelo seu papel indispensável no funcionamento, intervenção e afirmação do Partido.

Ser funcionário do Partido é uma opção de vida. É a entrega à luta por um ideal político, por uma sociedade nova, sem explorados nem exploradores, pelo socialismo e pelo comunismo.

Nas massas, entre osoperários e os trabalhadores, no seio do Partido, da JCP, temos uma fonte inesgotável de potencialidades. Com audácia, com organização e direcção, com determinação, saberemosencontrar as forças e os quadros necessários para que este Partido, o Partido Comunista Português continue a cumprir o seu papel de sempre.

Viva o XXII Congresso!
Viva o PCP!

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