Faltam trabalhadores nos centros de saúde e nos hospitais, nas escolas, faltam profissionais das forças de segurança, funcionários judiciais e juízes nos tribunais, guardas prisionais nos estabelecimentos prisionais; faltam trabalhadores nas finanças, na segurança social, nas conservatórias; por isso diga lá como vai resolver estes problemas quando o que propõe é nem mais um trabalhador na administração pública em 2026 em relação a 2025?
Na educação não se encontra neste orçamento uma solução estrutural para resolver o problema dos alunos sem aulas por falta de professores. Quando é evidente que a solução passa pela valorização da carreira docente para atrair professores que abandonaram o ensino e para atrair mais jovens para a profissão, o que faz o Governo? Arrasta o problema, prolongando o processo de negociação coletiva.
Na saúde, a opção é reduzir a capacidade do SNS. Vejam-se as anunciadas urgências regionais, que por exemplo na Península de Setúbal significa concentrar no Hospital Garcia de Orta a realização de cerca de 5000 mil partos, que nem a Maternidade Alfredo da Costa faz. Obviamente que não é possível. Significa que as grávidas continuarão a percorrer quilómetros e quilómetros para serem atendidas. Dirá que faltam profissionais de saúde. Pois faltam, e essa falta é o resultado das opções de desvalorização das carreiras e da não garantia de condições de trabalho. Obrigar os profissionais a trabalhar fora do seu local de trabalho, só conduzirá a que mais profissionais abandonem o SNS e o Governo será o responsável.
Contratualização com o setor privado e social, USF modelo C, PPP, facilitação do licenciamento de entidades prestadoras de cuidados de saúde, são estas as opções de acentuação do negócio da doença à custa do desvio de recursos financeiros do SNS.







