Intervenção de Alfredo Maia na Assembleia de República, Reunião Plenária

A situação crítica do Cinema Império é fruto de um Governo que desvaloriza a cultura e o património

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Saudamos os Senhores Peticionários, em particular a Academia Portuguesa de Cinema, que dinamizou a Petição em defesa do edifício do Cinema Império. 

A petição surgiu após a aprovação, em 2024, pela Câmara Municipal de Lisboa, do projeto de alterações significativas – incluindo de uso – e ampliação do Cinema Império, com reconfigurações de fachada e volumetria, comprometendo a integridade do imóvel de autor (o prestigiado arquiteto Cassiano Branco) e classificado como de Interesse Público. 

Recorde-se que os vereadores da PCP na Câmara Municipal de Lisboa votaram contra o projeto, que foi viabilizado com votos favoráveis do PSD e do CDS e a abstenção de PS, CPL e Livre. 

As 13 mil assinaturas confirmam a reação da cidade à decisão e às graves consequências para o edifício. 

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa acabou por fazer reverter parcialmente a decisão e manter o “uso cultural” do imóvel.

Mas, como foi denunciado pelo PCP, não fez reverter nenhuma das ações nefastas sobre o edifício – ampliação volumétrica do último piso, demolições de uma boa parte do interior, novas construções sobre o palco. 
Afinal, a “emenda” de Carlos Moedas, com o apoio de PSD/CDS/PS/Livre/CPL nada repõe. 

O objeto da petição é sintomático da desvalorização e do desinvestimento na cultura nos últimos anos. A degradação e intervenções lesivas em imóveis, monumentos, conjuntos e sítios classificados ou em vias de classificação são cada vez mais evidentes. 

O artigo 78.º da Constituição da República estabelece que compete ao Estado promover a salvaguarda e valorização do património cultural. 
No que diz respeito ao Cinema Império, não pode hesitar.

 

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