Saudamos os Senhores Peticionários, em particular a Academia Portuguesa de Cinema, que dinamizou a Petição em defesa do edifício do Cinema Império.
A petição surgiu após a aprovação, em 2024, pela Câmara Municipal de Lisboa, do projeto de alterações significativas – incluindo de uso – e ampliação do Cinema Império, com reconfigurações de fachada e volumetria, comprometendo a integridade do imóvel de autor (o prestigiado arquiteto Cassiano Branco) e classificado como de Interesse Público.
Recorde-se que os vereadores da PCP na Câmara Municipal de Lisboa votaram contra o projeto, que foi viabilizado com votos favoráveis do PSD e do CDS e a abstenção de PS, CPL e Livre.
As 13 mil assinaturas confirmam a reação da cidade à decisão e às graves consequências para o edifício.
O presidente da Câmara Municipal de Lisboa acabou por fazer reverter parcialmente a decisão e manter o “uso cultural” do imóvel.
Mas, como foi denunciado pelo PCP, não fez reverter nenhuma das ações nefastas sobre o edifício – ampliação volumétrica do último piso, demolições de uma boa parte do interior, novas construções sobre o palco.
Afinal, a “emenda” de Carlos Moedas, com o apoio de PSD/CDS/PS/Livre/CPL nada repõe.
O objeto da petição é sintomático da desvalorização e do desinvestimento na cultura nos últimos anos. A degradação e intervenções lesivas em imóveis, monumentos, conjuntos e sítios classificados ou em vias de classificação são cada vez mais evidentes.
O artigo 78.º da Constituição da República estabelece que compete ao Estado promover a salvaguarda e valorização do património cultural.
No que diz respeito ao Cinema Império, não pode hesitar.







