Intervenção de João Oliveira no Parlamento Europeu

PCP presente no Fórum internacional pela Paz

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A história da Humanidade mostra que a decadência de formas de organização social em consequência das suas próprias contradições arrasta consigo a resistência das forças dominantes ao seu próprio declínio.

A história mais recente mostra que, em situações de crise mais aguda do capitalismo, essas forças recorrem à guerra como instrumento para dirimir as contradições inter-imperialistas, para combater o movimento operário organizado, para conservar o seu domínio.

A guerra não é um acidente de percurso, é a tentativa planeada pelo poder económico das principais potências capitalistas para a saída da sua própria crise, assumida e concretizada pelo poder político que dá expressão aos seus interesses.

As suas consequências são impostas aos povos com a morte e a destruição das condições de vida. O genocídio do povo palestiniano, a escalada de guerra de Israel no Médio Oriente, agora também com o apoio e participação directa dos EUA na agressão ao Irão, o conflito que se trava na Ucrânia ou a militarização da Ásia-Pacífico são quatro exemplos que confirmam o sério perigo que a escalada de confrontação e de guerra representa para o futuro da Humanidade.

Na situação que vivemos, a mobilização dos povos para a defesa da paz tem de ser uma referência para a acção convergente das forças progressistas e democráticas.

A actual situação internacional é marcada pela crise estrutural do capitalismo e pela ofensiva exploradora e agressiva do imperialismo, que visa contrariar o declínio relativo dos Estados Unidos da América e das outras potências capitalistas do G7 e salvaguardar o seu domínio hegemónico.

A situação internacional tem conhecido perigosos desenvolvimentos com a escalada de confrontação e guerra; a promoção e o avanço de concepções, projectos e forças reaccionárias e fascistas; o agravamento das tensões internacionais; e as crescentes ameaças de um conflito mundial de proporções catastróficas.

O imperialismo procura utilizar todos os meios para contrariar o processo de rearrumação de forças em curso no plano mundial e travar a luta dos trabalhadores e dos povos pelos seus direitos.

A estratégia com que os EUA procuram manter a sua hegemonia representa a mais séria ameaça à paz no mundo.

A NATO é o mais perigoso instrumento dessa ofensiva agressiva, sob a direcção dos EUA.

A União Europeia mantém o seu alinhamento com a estratégia dos EUA e da NATO, incrementa o militarismo e dá passos no caminho da sua transformação num novo bloco político-militar complementar à NATO, à custa da paz, dos direitos e das condições de vida dos trabalhadores e dos povos.

É urgente travar este caminho para o abismo!

É urgente travar e derrotar a política de confrontação e guerra!

O caminho a percorrer é o da luta pela paz, pelo desarmamento geral, simultâneo e controlado, pelos direitos dos povos, da igualdade entre Estados, da solução pacífica dos conflitos internacionais, da não ingerência nos assuntos internos de outros Estados e da cooperação entre os povos para a emancipação e o progresso da humanidade.

O caminho a percorrer é o da luta contra a militarização da UE, pela dissolução da NATO e pela criação de um sistema de segurança colectiva.

É preciso travar o desvio de recursos para o militarismo e a corrida aos armamentos!

As capacidades científicas, tecnológicas e produtivas e os recursos económicos e financeiros devem ser canalizados para a melhoria das condições de vida e de trabalho e para a resposta aos problemas económicos e sociais que afligem a vida dos povos.

É indispensável o desenvolvimento da luta dos povos pela paz.

Essa mobilização popular não pode estar desligada de um caminho de defesa de direitos, da soberania e da democracia - nas suas vertentes política, económica, social e cultural. Um caminho de transformação de sentido progressista que permita superar as contradições da situação internacional num sentido que corresponda às aspirações e anseios dos trabalhadores e dos povos.

É indispensável a convergência de forças diversificadas numa ampla frente que trave e faça recuar as forças da guerra, do retrocesso social, do fascismo e abra caminho a uma nova ordem internacional de paz, assente nos princípios da Carta das Nações Unidas e da Acta Final da Conferência de Helsínquia.

Para o sucesso dessa mobilização todas as forças são poucas. É nela que os comunistas portugueses continuam empenhados.

 

 

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