Senhor primeiro-ministro, os resultados eleitorais não apagam a sua errada conduta pessoal nem legitimam a política contra os direitos dos trabalhadores, do povo e da juventude.
Senhor primeiro-ministro, ainda acha que o País pode estar melhor mesmo que a vida dos trabalhadores, do povo e da juventude esteja pior?
É que num país de baixos salários e reformas, que empurra milhares para a emigração, com 300 mil crianças na pobreza, com o drama do acesso à habitação e à saúde, escolas onde faltam professores e auxiliares, um custo de vida que não pára de aumentar; apresenta um programa que é uma afronta à vida difícil da maioria e uma declaração de guerra a quem trabalha e cria a riqueza.
Quer manter uma política de baixos salários e com um salário mínimo que por sua vontade teria em 2029 um valor abaixo do que já hoje é pago em Espanha. Quer mais exploração e precariedade, desregular ainda mais os horários de trabalho, atacar a lei da greve numa tentativa de dificultar a resistência face ao esmagamento dos direitos dos trabalhadores.
O país com tantos problemas, e a sua opção é desmantelar o Serviço Nacional de Saúde, atacar a Escola Pública, saquear a segurança social, negociatas e assalto aos recursos públicos como é com BES/Novo Banco, mais Parcerias Público-Privadas e privatizações, cada problema - um negócio, esta sim é a sua verdadeira Reforma do Estado.
Tem como prioridade submeter o País aos interesses da indústria do armamento, não para o investimento necessário às Forças Armadas para cumprirem as missões constitucionais, não para valorizar direitos, carreiras, condições dos militares, dos ex-combatentes ou dos deficientes das forças armadas, mas sim, para desviar recursos que fazem falta ao país, para a loucura da guerra.
Dê uma oportunidade à Paz, condene o genocídio em curso na Palestina às mãos de Israel, dos EUA e da hipocrisia da União Europeia e reconheça de uma vez por todas o Estado da Palestina.
Entre a vida da maioria e cumprir a Constituição ou defender os interesses de uma minoria que se acha dona disto tudo, a sua opção está expressa no seu programa de retrocesso, empobrecimento e submissão. Uma opção contra a maioria e ao serviço dos que encaixam 32 milhões de euros de lucros por dia, os tais a quem quer baixar o IRC para 17%. Este é o confronto que aí está e é preciso clarificar de que lado se está.
Encontrará na Assembleia da República quem suporte a sua política. O Chega e a IL, para lá do barulho e encenadas discordâncias nunca lhe faltarão em tudo o que seja a favor dos grupos económicos. E terá no PS, mais uma vez, quem lhe dê a mão e à sua política. Bem podem apoiar-se uns aos outros, mas a vossa política de injustiça, merece rejeição.
O seu programa cheira a troika, essa troika que o povo já rejeitou e derrotou.
Os trabalhadores, o povo, a juventude, contam com o PCP na luta pela defesa dos seus direitos e condições de vida, pela ruptura com esta insustentável situação e abrir caminho à justiça, desenvolvimento e progresso social.