O que é preciso mais para que o Governo tome uma atitude junto das instituições da União Europeia e demais entidades internacionais que integra, para pôr fim à guerra na Palestina?
Israel nunca cumpriu de facto o cessar-fogo. Durante todo o período foi desferindo diversas agressões contra o povo palestiniano, na Faixa de Gaza e na Cisjordânia, causando mortos, efetuando prisões em massa, bombardeando indiscriminadamente campos de refugiados, com dezenas de milhar de deslocados. Na penúltima madrugada, mais uma vez Israel violou o cessar-fogo e lançou um brutal ataque sobre a população palestiniana na Faixa de Gaza, que levou à morte centenas de pessoas e mais de mil feridos, na sua esmagadora maioria mulheres, crianças e idosos.
Não se pode ser cúmplice com tamanha crueldade e desumanidade.
Israel é responsável pelo terrorismo de Estado que massacra o povo palestiniano, ocupa ilegalmente território do Líbano e da Síria, deixa o povo palestiniano sem acesso a bens essenciais, proíbe a Agência das Nações Unidas para a Palestina, desrespeita todos os princípios do direito internacional, e tudo isto com a passividade e o silêncio dos EUA e da União Europeia.
É desta que vai propor a suspensão do acordo UE Israel?
É desta que vai tomar medidas para resgatar os familiares de portugueses que estão na Faixa de Gaza e salvar as suas vidas?
É desta que vai adotar diligências para um cessar-fogo permanente, o acesso à ajuda humanitária e o cumprimento das resoluções das Nações Unidas, designadamente o reconhecimento do Estado da Palestina, nas fronteiras de 1967 com capital em Jerusalém Oriental?
A Paz e a segurança não se alcançam com a corrida armamentista, alcançam-se com mais diplomacia, diálogo e solução política dos conflitos, com respeito pelos princípios do direito internacional, o cumprimento dos princípios da Carta da ONU e da Acta Final da Conferência de Helsínquia.
Já ficou claro que o Governo alinha nesta deriva militarista e belicista da União Europeia, contrária aos interesses do povo português e dos povos da Europa. Também defende o reforço de verbas para as armas, em vez de melhorar os salários e as pensões, de assegurar o direito à saúde, à educação, à segurança social e à habitação? Para os salários, as pensões, os direitos, aí estão todos os condicionamentos orçamentais, mas para os gastos militares já não há restrições. Isto diz muito das suas opções – a defesa dos interesses dos grupos económicos, da indústria do armamento à custa da degradação das condições de vida das pessoas.
Portugal é um País soberano e que, de acordo com a Constituição, deve promover a paz e a cooperação. É por isto que o Governo deve pugnar!