O debate sobre a situação na Síria e a resolução votada no Parlamento Europeu traduziram o exercício de cinismo e hipocrisia.
Nem houve uma menção aos 14 anos de interferência e agressão à Síria pelos Estados Unidos, pela Turquia e Israel, com o activo envolvimento de países que integram a União Europeia e a própria União Europeia.
Não houve nem uma palavra sobre a invasão e ocupação do seu território, o saque dos seus recursos naturais, o apoio a grupos armados que promoveram a acção terrorista.
Nem uma palavra sobre o desumano bloqueio económico e financeiro imposto à Síria, com trágicas consequências para o seu povo.
Pelo contrário, levou a sacar aos grupos armados que tomaram o poder num exercício de contorcionismo e, ao contrário do que se exigia, deixou-se de clamar por democracia e eleições livres.
Fechou-se também os olhos à ilegalização e perseguição das forças democráticas e seculares sírias e minimizou-se a gravidade dos massacres perpetrados pelos grupos armados do poder sírio contra as populações, nomeadamente cristãos e alauítas, massacres que naturalmente condenamos.
Foi por todas essas razões que acabámos por votar contra a resolução que foi votada no Parlamento Europeu.