Intervenção de Paulo Raimundo na Assembleia de República, Reunião Plenária

O capital manda, o seu Governo concretiza, o Chega e a IL apoiam e o PS dá-lhe a mão até ao limite

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Senhor Presidente, senhor Primeiro-Ministro, senhores Deputados

Senhor Primeiro-Ministro, 

não há explicações possíveis que possa dar relativas aos casos que o envolvem que justifiquem o injustificável e a única coisa que deveria ter feito seria demitir-se. 

Mas não, o que faz é tentar iludir a incompatibilidade entre os seus interesses particulares e as funções públicas que desempenha e levar o País para eleições, para tentar sacudir as suas responsabilidades.

Não admite o erro e, numa fuga para a frente, apresenta esta moção de vitimização. 

Quer a todo o custo salvar a sua imagem e a continuidade da sua política ao serviço dos interesses e da agenda dos grupos económicos.

É isso que está em causa e é isso que justifica as vozes que se repetem nos últimos dias que, em nome da estabilidade das negociatas, dos favores, dos lucros e da concentração da riqueza, esquecem sempre a estabilidade da vida dos que com o seu trabalho põem o País a funcionar. 

O que acha que pensa de tudo isto que se está a passar - o povo, os que trabalham e trabalharam uma vida inteira?

O capital manda, o seu Governo concretiza, o Chega e a IL apoiam e o PS dá-lhe a mão até ao limite.

O seu Governo e a sua política não resolvem os problemas da vida e do País, e são hoje um foco de descredibilização da vida política nacional.

O PCP recusa-se a participar nesta autêntica novela do passa culpas, jogos de sombras e manobras, onde tudo parece importante menos a vida das pessoas.

Senhor Primeiro-Ministro, 

a sua moção é uma declaração de confiança aos grupos económicos e à sua acumulação de lucros, a rejeição da mesma por parte do PCP é uma clara rejeição do retrocesso e do ataque aos direitos e à vida de quem trabalha.

E é sobretudo um sinal de esperança e de mobilização para outra política, que enfrente o aumento do custo de vida, exija mais salários e pensões, valorize a Escola Pública, defenda o SNS e a Segurança Social, garanta habitação, direitos dos trabalhadores, das crianças e dos pais, promova a produção nacional, a soberania, a Paz e o combate ao militarismo.

É este o nosso confronto. 

O confronto entre os interesses que o senhor Primeiro-Ministro e a sua política servem e a determinação e a confiança num País mais desenvolvido e soberano, é por aqui que vai o PCP.

Há gente séria e capaz de levar por diante uma política de defesa dos interesses nacionais e que coloque os trabalhadores, as populações e a juventude no centro da sua acção.

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