Senhor Comissário Séjourné,
Esta bússola da competitividade tem o Norte apontado para os interesses dos grupos económicos e não serve para orientar a economia a favor dos povos.
Não aponta uma única medida para combater o aumento do custo de vida, mas estende um lençol de facilidades e medidas de favorecimento às grandes empresas transnacionais.
Simplifica exigências e diminui a regulação com concessões em matéria de fiscalidade, insolvência, proteção ambiental, fragilização da proteção laboral e social.
Facilita fusões e canaliza mais dinheiro público para os lucros dos grupos económicos com as regras em matéria de auxílios estatais, o Pacote Omnibus ou o 28.º regime jurídico.
Alimenta o militarismo, vendendo‑o como o motor de salvação da economia, concebida como uma economia de guerra, para que a riqueza seja ainda mais apropriada pelo capital, em vez de ser distribuída de forma mais justa pelos trabalhadores.
Não há referências a serviços públicos ou funções sociais do Estado.
Não se prevê para 2025 a estratégia de combate à pobreza. Mas lá está mais um instrumento para obrigar os Estados a alinhar as políticas em função das imposições da União Europeia, um instrumento designado de instrumento de coordenação e competitividade.
Esta bússola não tem nenhum dos pontos cardeais alinhados com as necessidades dos povos.