Senhores Deputados, quem criou expectativas com a escolha de António Costa para presidir ao Conselho Europeu certamente estará hoje desiludido ao perceber que não há mudanças nas políticas da União Europeia.
Ainda não é desta que o Presidente do Conselho Europeu vem aqui ao Parlamento discutir verdadeiramente os problemas que afectam os povos.
E não há nenhuma perspectiva de se discutir aquilo que verdadeiramente preocupa os cidadãos, o apoio a políticas de aumentos dos salários e das pensões, o apoio a políticas que garantam o direito a uma habitação digna e a preços acessíveis para todos.
A políticas que permitam travar o aumento do custo de vida, que permitam investir nos serviços públicos para garantir o acesso à saúde, à educação, à proteção social ou à cultura. A políticas que invistam verdadeiramente na construção de soluções de paz e de respeito pelos direitos dos povos.
Pelo contrário, a primeira reunião de António Costa à frente do Conselho Europeu ficará marcada com os planos para o prolongamento indefinido da guerra na Ucrânia e na teimosia da política das sanções, na inação perante o genocídio do povo palestino, na desumanidade da política das migrações.
Deixamos aqui uma sugestão ao Presidente do Conselho Europeu, António Costa. Leve a essa reunião a palavra de ordem que em Portugal é gritada nas ruas, de que o aumento do salário é justo e necessário.
Esse seria um bom contributo para que o Conselho Europeu discutisse aquilo que é verdadeiramente prioritário na vida dos povos.