Há 20 anos, Durão Barroso apregoava a liberalização do sector da energia dizendo que a concorrência faria baixar os preços. Aconteceu o contrário.
Hoje, dizem-nos que a transição energética e a redução dos preços se conseguirão com mais liberalização.
Estão outra vez a enganar-nos escolhendo bons pretextos para esconder péssimas políticas. E a situação em Portugal confirma isso mesmo.
A produção de energia a partir de renováveis em Portugal já é muito mais expressiva que a produzida a partir de fontes não-renováveis.
No entanto, o mecanismo europeu de formação de preços faz-nos pagar a energia ao preço do custo das fontes de energia não-renováveis, que são mais caras.
As consequências estão à vista. Temos a maior percentagem da União Europeia de pessoas que não podem aquecer adequadamente a casa, as MPME são duramente penalizadas pela factura energética mas os grupos económicos do sector energético multiplicam os seus lucros.
É preciso uma política energética que sirva as populações e o desenvolvimento nacional.
Não basta invocar a transição energética, é preciso intervir na formação de preços da energia e assumir o controlo público do sector energético.