Sou eu. És tu! São os trabalhadores que produzem toda a riqueza!
A produção de bens e serviços depende sempre da intervenção manual ou intelectual do ser humano.
Concepção, projecto, organização, produção, distribuição, promoção, comércio, são etapas mais ou menos complexas que implicam o contributo da inteligência, da força, da capacidade humana de trabalho.
As ruas que pisamos, as viaturas em que nos transportamos, o que vestimos e calçamos, as casas em que vivemos, o que comemos, a energia que consumimos, a cultura que vivemos, a tecnologia que utilizamos, implicam e são resultado do trabalho de alguém.
Se assim é, por que razão a riqueza criada pela esmagadora maioria da população - que são trabalhadores por conta de outrem - é apropriada, na sua quase totalidade, por uma pequena, por uma ínfima minoria, pelo grande capital?
Mais, porque é que a parte da riqueza que cabe a quem produz tem vindo a reduzir-se na distribuição da riqueza nacional?
Se outras razões não houvesse, aqui estaria uma singela explicação da divisão da sociedade capitalista em classes, da exploração que ela implica, das injustiças e das desigualdades que provoca.
Se são os trabalhadores que produzem toda a riqueza, ela tem de ser distribuída de uma forma mais justa.
Melhores salários, redução do horário laboral sem perda de remuneração e horários regulados, condições de trabalho em segurança e com salubridade, vínculos estáveis, alargamento dos direitos laborais e sociais, são condição para uma distribuição mais justa da riqueza.
O caminho para lá chegar é o da organização, da unidade e da luta.
Todos os direitos, e Portugal não é excepção, foram arduamente conquistados, nenhum foi, em nenhum momento, oferecido. Tal implicou dedicação, empenhamento, sacrifício de milhões de trabalhadores.
Nenhum desses direitos seria alcançável sem a ampla unidade dos trabalhadores em torno dos seus interesses, sonhos e aspirações comuns. Sem a sua organização nos seus sindicatos de classe, e no seu Partido, o Partido Comunista Português, muito do que se alcançou não teria sido possível.
Sem organização e unidade a luta teria tido sempre menos força, seria mais inconsequente, deixaria os trabalhadores mais desprotegidos.
Luta que tem, no tempo recente, no nosso País, uma notável dimensão e abrangência, a partir da acção reivindicativa nas empresas e locais de trabalho, e na acção convergente das massas, de que se destacam o Dia de Indignação, Protesto e Luta a 9 de Fevereiro, a Manifestação Nacional a 18 de Março, a Manifestação da Juventude Trabalhadora a 28 de Março, as comemorações populares do 25 de Abril e a importante Jornada de Luta do 1º de Maio.
Luta dos trabalhadores que vai prosseguir em cada empresa e local de trabalho, onde se dá o principal embate do confronto entre o trabalho e o capital, pelo aumento dos salários, pelos direitos, pelos horários, contra o aumento do custo de vida, em defesa dos serviços públicos e das funções sociais do Estado, e que terá um novo momento alto no dia Nacional de Luta “Aumentar os Salários. Garantir Direitos. Contra o aumento do Custo de Vida. Pelo direito à Saúde e à habitação”, convocado pela CGTP-IN para 28 de Junho.
É neste quadro que os participantes da iniciativa “Em Luta. Mais força aos trabalhadores”, assumem o compromisso de prosseguir e intensificar a luta, de contribuir para o êxito da acção reivindicativa nas empresas e locais de trabalho, de reforçar o Movimento Sindical Unitário e as Organizações Representativas dos Trabalhadores, e de reforçar a organização do Partido nas empresas e locais de trabalho.
Mais força aos trabalhadores, por um Portugal com futuro.