Não é aceitável sujeitar uma vez mais a estratégia orçamental da UE (desta vez para 2012) aos objectivos da denominada estratégia UE 2020, herdeira da falhada "estratégia de Lisboa", cujos anunciados objectivos de redução da pobreza e de criação de emprego não passaram de propaganda. A situação concreta de países como Portugal demonstra-o, com mais pessoas em situação de pobreza, mais desemprego e aumento as desigualdades. O projecto de Orçamento para 2012 deve ter esta realidade em conta, apoiando a produção em cada Estado-Membro, a criação de riqueza, o combate ao desemprego e à criação de emprego com direitos, o combate contra as desigualdades sociais e a pobreza, a defesa e promoção dos serviços públicos.
As orientações para o orçamento assumidas pela maioria do PE estão "inteiramente conforme com a dinâmica do Semestre Europeu", procurando impor ajustamentos estruturais de conteúdo neoliberal.
É inaceitável que perante a gravíssima crise que afecta as economias mais vulneráveis da UE, se persista em exigências incomportáveis relativamente ao co-financiamento para utilização dos fundos comunitários, designadamente nos fundos estruturais. Por isso temos defendido a supressão ou a substancial redução, até um máximo de 10%, da comparticipação nacional.
Por tudo isto votámos contra.