Aqui estamos de novo, agora que passam 80 anos dessa data memorável do 18 de Janeiro de 1934, a prestar a homenagem aos valorosos combatentes que nesse dia se levantaram num movimento insurreccional contra o fascismo, em defesa da sua dignidade como homens livres e trabalhadores, pelo seu direito à organização sindical autónoma, contra a exploração, por melhores condições de vida, por uma sociedade mais justa.
Estamos aqui de novo, porque também nós comunistas, jamais deixaremos apagar na memória dos homens esse acto de grande coragem e que foi a primeira grande acção de massas contra o fascismo salazarista. Tal como não deixaremos apagar a participação dos comunistas portugueses e do papel do seu Partido nas lutas que então se travaram e no próprio 18 de Janeiro!
Uma participação que nos orgulha como Partido da classe operária e de todos os trabalhadores que somos e queremos continuar a ser.
Por isso, ao comemorarmos este ano os 80 anos dessa Jornada heróica da classe operária vidreira, dos trabalhadores e do povo da Marinha Grande e, ao celebrarmos os 80 anos deste acontecimento grandioso dos trabalhadores e do povo da Marinha Grande, quisemos fazê-lo também, como Partido que assumiu, com o envolvimento dos seus quadros e militantes, as importantes responsabilidades na condução das lutas da classe operária e do povo da Marinha Grande também nesse período.
Comemorações que têm, neste ano de 2014, um particular significado, não apenas porque são os 80 anos de um acontecimento marcante na longa e heróica luta dos trabalhadores portugueses pela liberdade e pelo direito a construir uma vida liberta de todas as formas de opressão e exploração, mas também porque este ano comemoramos 40 anos da Revolução de Abril que na sua realização transporta e concretiza muitos dos objectivos porque lutavam os combatentes do 18 de Janeiro – os operários, os trabalhadores, o povo da Marinha Grande.
Comemorações que os trabalhadores e o povo português vão celebrar de forma combativa, afirmando a grande importância das suas conquistas e dos seus valores, num momento em que o país está sob uma inaceitável intervenção externa e vivemos uma situação onde é patente um total confronto com Abril e com o que Abril significou de transformação progressista da sociedade portuguesa, por parte das forças da política de direita que têm governado o país.
Celebraremos uma Revolução para a qual o povo da Marinha Grande deu um contributo inestimável com a sua luta de anos e anos. Um contributo que Álvaro Cunhal de quem agora acabámos de assinalar o centenário do nascimento resumiu muito justamente no dia da transladação dos restos mortais de José Gregório em 1975: “Marinha Grande é um nome escrito a ouro na história do movimento operário português. Melhor se pode dizer escrito com lágrimas e com sangue. Porque a luta dos trabalhadores da Marinha Grande ao longo de 50 anos de fascismo foi paga com pesadas perdas, com perseguições, torturas, prisões, com o assassínio e deportação de muitos dos seus melhores filhos, com séculos passados nas masmorras fascistas por muitos anos, com privações e sacrifícios silenciosos e anónimos das famílias dos militantes, educados na mesma escola de elevada consciência de classe e incansável combatividade”.
Ao evocarmos o 18 de Janeiro, se a nossa primeira lembrança vai para os revolucionários de 1934 que no seu conjunto sofreram mais de 250 anos de prisão e deportação, e alguns condenados à morte pelo fascismo pelas condições que lhes foram impostas nos campos prisionais do Tarrafal e Angra do Heroísmo, não podemos deixar de prestar uma sentida e justa homenagem a todos aqueles que lutaram contra o fascismo e foram vítimas da mais feroz repressão, perseguições, larguíssimos anos de cadeia, deportações e assassinatos.
Todos sabemos que foi longa, difícil e muitas vezes dramática a luta dos trabalhadores e do nosso povo para conquistar a liberdade e para que a Revolução do 25 Abril se traduzisse em reais direitos políticos, sociais, económicos e culturais e melhores condições de vida para o povo, tal como é difícil a luta que hoje travamos contra a política de direita que condena o nosso povo ao empobrecimento, mas não podemos omitir quanto duro era o combate que a geração dos revolucionários do 18 de Janeiro estavam a travar e quantos perigos enfrentavam, para realçar quanto importante foi o seu exemplo de coragem e a importância da sua luta.
Uma geração de homens e mulheres de grande têmpera que quanto mais aprofundamos o conhecimento das suas lutas e das suas vidas, mais respeito e mais admiração por eles nutrimos, particularmente, quando olhamos para as terríveis e ameaçadoras condições sociais e políticas em que se desenvolve a luta nesse período, quer no plano nacional, quer no plano internacional.
No plano internacional, o fascismo tinha tomado o poder em vários países da Europa jorrando ódio contra o movimento operário e um ano antes do 18 de Janeiro, tomava também o poder na Alemanha o partido Nazi de Hitler, acentuando a perspectiva sombria que em breve se iria abater sobre os povos da Europa. Cá, era a besta fascista a desenvolver a perseguição policial terrorista às organizações democráticas e sindicais, com os métodos copiados do fascismo italiano de Mussolini.
Um tempo onde os direitos civis eram amputados ou liquidados, os partidos dissolvidos ou fascizados, os partidos da classe operária proibidos, os comunistas perseguidos com uma particular ferocidade e os mais elementares direitos humanos, políticos e sociais dos trabalhadores e dos povos espezinhados.
O 18 de Janeiro de 1934 com a dimensão e as características que assumiu aqui na Marinha Grande, só foi possível pela existência de uma classe operária temperada por importantes lutas, pela existência de um abnegado e corajoso núcleo de dirigentes, uma combativa organização de classe, e pela existência e crescente implantação de um Partido Comunista que árdua e persistentemente trabalhou para a unificação da classe operária vidreira e que trouxe uma nova resposta e uma nova consciência política que potenciou todas as qualidades organizativas, de luta e intervenção dos trabalhadores vidreiros.
Era uma perigosa e sombria conjuntura, aquela que então o mundo atravessava. Tempos que se tinham tornado ainda mais dramáticos em resultado da grave crise do sistema capitalista de 29/33, que tem um impacto devastador na indústria vidreira, que provocou encerramentos de empresas e uma situação de desemprego generalizado que agravou ainda mais as já duras condições de vida do operariado da Marinha Grande.
Um tempo de duros combates contra o desemprego, a fome, contra a redução dos salários, dos direitos e do empobrecimento generalizado, em resultado da acção destruidora e predadora da crise do capitalismo mundial e das políticas ao serviço do grande capital.
Sabemos que o mundo mudou muito desde aqueles anos 30 do século passado. Mas não mudou a natureza exploradora, predadora e destruidora do capitalismo, nem os dramas e os horrores sociais que este sistema de opressão e exploração produz.
Hoje que o mundo está confrontado com a mais grave crise económica do sistema capitalista desde a crise 1929, a realidade vem novamente mostrar que o capitalismo é um sistema roído por enormes contradições, que gera crises mundiais com consequências devastadoras para muitos milhões de seres humanos.
Uma crise que em Portugal ampliou os graves problemas resultantes de mais de três décadas e meia de governos e de política de direita e que se agravou de sobremaneira com a decisão do PS, PSD e CDS de vincular o país ao Pacto de Agressão e com os incessantes aprofundamentos da integração capitalista da União Europeia, da expropriação crescente de áreas de soberania e, particularmente, da crise aguda da União Económica e Monetária e do Euro.
Uma crise que se traduziu em gravíssimas imposições que conduzem ao crescente empobrecimento do povo e que tornaram o país mais injusto e mais desigual.
Os revolucionários do 18 de Janeiro não venceram naquele momento de 1934, nem podiam vencer tão grande era a desproporção das forças em presença.
Mas tal facto não põe em causa o que o 18 de Janeiro representa como heróico feito da classe operária portuguesa e, particularmente, dos trabalhadores e do povo da Marinha Grande!
Foi com homens como os do 18 de Janeiro e com a sua luta que se lançaram as sementes do futuro que haveriam de germinar e conduzir à derrota do fascismo e à conquista da liberdade e da democracia pelo nosso povo.
Foi com o contributo e o exemplo de homens e mulheres como os do 18 de Janeiro e a luta das gerações seguintes que por essa Europa e aqui, particularmente com a Revolução de Abril, se fez o caminho que obrigou o grande capital e os seus representantes no poder político a ceder e reconhecer direitos laborais essenciais e um património de conquistas e direitos e a sua institucionalização através de um Estado com funções sociais, que deveria garantir o direito à saúde, à educação e à segurança social do povo trabalhador.
Património de direitos e conquistas que eram, como sabíamos, uma resposta transitória e provisória do capital e das classes dominantes à pujança demonstrada pelo movimento operário e pela sua luta, e que se foi afirmando no decorrer de todo o século XX. Uma resposta provisória como o têm vindo a confirmar com a sua brutal ofensiva contra tudo o que são direitos dos trabalhadores no activo e reformados e com o desmantelamento progressivo e incessante das funções sociais do Estado. Uma ofensiva que aproveitou a seu favor, entre outras, a alteração da correlação de forças no plano mundial com o desmantelamento dos países socialistas.
Olhando para as consequências da actual crise do capitalismo internacional e dos efeitos da política de direita de sucessivos governos e da intervenção externa no nosso país não podemos deixar de constatar o surgimento de muitos dos traços semelhantes à crise daqueles tempos de 1929/33.
Fenómenos como o desemprego, a destruição dos sectores produtivos, a desvalorização dos salários e do poder de compra dos trabalhadores e das massas populares, o ataque a direitos sociais e laborais, às organizações dos trabalhadores a que assistimos no decorrer da crise no passado, vemo-los na crise actual, com o grande capital e o poder político que o serve a intensificar a ofensiva contra o movimento sindical, nomeadamente através da liquidação da contratação colectiva e a imposição da lei da selva nas relações laborais.
Os métodos e a dimensão das consequências serão aqui e ali diferentes, mas os objectivos são os mesmos – intensificar a exploração do trabalho! Fazer pagar a quem trabalha os custos da sua criminosa política, e alimentar o insaciável lucro dos grandes grupos económicos.
É este o papel que têm desempenhado os governos dos últimos anos no País e que o actual governo do PSD/CDS continua a desempenhar, levando ainda mais longe a sua sanha destruidora e com as políticas concertadas com a troika estrangeira, que atingem um nível de regressão social e civilizacional nunca antes conseguido no nosso regime democrático.
Por isso nos temos batido, e continuamos a bater, pela interrupção desta política de desastre nacional e pela demissão do governo e pela exigência de eleições antecipadas.
Uma exigência tão mais imperiosa quanto dramáticas são as consequências que todos os dias se manifestam no país e quanto preocupantes são as perspectivas que se apresentam para este ano que agora começa, depois do trágico ano de 2013, desde logo com as medidas previstas no Orçamento de Estado que a maioria aprovou.
Um Orçamento que segue a via de roubo nos salários, nas reformas e pensões, da destruição do sistema de protecção social, do ataque aos serviços públicos essenciais às populações, despedimentos e destruição do país.
Um Orçamento que, na sua concretização, trará mais desigualdades e injustiças, mais dramas, privações e sofrimentos para os portugueses e pelo volume dos cortes envolvidos acrescentará mais crise à crise.
Um Orçamento que impõe brutais sacrifícios aos trabalhadores e ao povo e tudo garante aos responsáveis pela crise no País – o grande capital económico e financeiro: menos impostos, chorudos lucros do negócio da dívida pública, benefícios fiscais, rendosos contratos swap de milhões, leoninas PPP e novas privatizações.
As mesmas opções, as mesmas políticas de espoliação do povo e de concentração da riqueza que permitiram que as 25 maiores fortunas do país acrescentassem aumentos de cerca de 16% da sua riqueza num ano e o número de novos milionários crescesse mais de 10%!
E como se não bastasse aí temos PSD, PS e CDS unidos a reduzir a carga fiscal ao grande capital que é quem ganha a fatia de leão da reforma do IRC que acabaram de aprovar. Isto no mesmo momento em que cortam nas reformas e nos salários! É a sua equidade. É a equidade daqueles que acham que o povo vive acima das suas posses!
Este início de 2014 confirma já os perigos com que o povo português e a democracia estão confrontados, colocando exigências redobradas à luta contra o governo e a sua política.
O governo e a maioria já confirmaram que estão apostados em acelerar ao máximo o ritmo das medidas do programa político de exploração e saque aos trabalhadores e ao povo português.
Querem rapidamente transformar em definitivo tudo aquilo que diziam ser apenas temporário.
Estas novas medidas contra os reformados e aposentados com o alargamento e a calibragem da Contribuição Extraordinária de Solidariedade - estranho nome para caracterizar um roubo inqualificável - e o anúncio do que chamam uma duradoura reforma da segurança social e do sistema de pensões dizem bem o que pretendem! Consolidar e tornar definitivos os roubos perpetrados aos trabalhadores e reformados nestes anos de PEC do PS e do programa das troikas nacional e estrangeira.
A preocupante situação a que está a conduzir a ofensiva contra os serviços públicos com consequências que põem causa a própria vida humana e que se agravará com as novas medidas de corte previstas no Orçamento para 2014, nomeadamente no sector vital da saúde, mas também na educação, são bem o exemplo do rumo que o país seguirá a manter-se esta política e este governo.
Não podemos aceitar que este governo ilegítimo, que governa contra a Constituição e faz o contrário do que anunciou, mentindo aos portugueses, continue o seu rumo de destruição dos direitos do nosso povo ao trabalho, ao trabalho com direitos, dos direitos a uma pensão e uma reforma digna, à saúde, à educação, à protecção social.
O país precisa de travar o passo à política de saque dos trabalhadores, do povo e do país!
A intensificação e alargamento da luta, de todas as lutas, pequenas e grandes, nas empresas, nos locais de trabalho e na rua, e lá onde os interesses das populações, são postos em causa, continuam a ser as questões decisivas para apressar o momento da derrota do governo e libertar o país da sua política de desastre.
Neste momento de redobrada ofensiva do governo do PSD/CDS, o PCP saúda as muitas lutas realizadas e reafirma a solidariedade e o empenhamento dos comunistas portugueses para assegurar o êxito das lutas em curso e em perspectiva, nomeadamente a grande jornada do próximo dia 1 de Fevereiro – um novo dia nacional de luta dos trabalhadores e do povo português!
Sim, é preciso continuar a luta! Se outros que se dizem de esquerda estão comprometidos com esta política e abandonam a exigência da demissão do governo, nós não desistimos de apressar a sua saída. Não estamos à espera de 2015, estamos a lutar para chegar mais cedo o dia em que vejamos pelas costas um governo que tanto mal tem feito, e está a fazer, ao país e aos portugueses.
Os portugueses têm fundadas razões de preocupação em relação ao futuro das suas vidas e em relação à evolução da situação do país.
Está aí uma descarada campanha de propaganda do governo, suportada por poderosos meios daqueles a quem serve a sua política. Uma campanha de propaganda e de mistificação da realidade que quer fazer crer que o pior já passou. Que o país está a dar a volta. Falam até em “milagre económico” e crescimento. É preciso descaramento! A realidade não se altera com a manipulação das estatísticas como este governo o faz e ainda agora fez Passos Coelho em relação ao emprego.
Falam de “milagre económico”, mas esse milagre de que falam é só para alguns, para aqueles que com a crise viram aumentada a sua já grande riqueza e património. A riqueza dos accionistas dos grandes grupos económicos e dos senhores do dinheiro que cresce à medida que cresce a exclusão e a pobreza no seio do povo.
Falam em “milagre económico”, mas os salários continuam a descer, os direitos dos trabalhadores engolidos pela voracidade do lucro rápido e fácil. É o milagre da multiplicação dos lucros e das vantagens para uns poucos, que levam tudo e que são os mesmos do costume – os que vivem à custa da exploração do trabalho e do povo.
Falam de “milagre” mas o que assistimos é ao empobrecimento da maioria do povo. Dizem que estão a dar volta à situação, mas a volta que estão a dar é ao magro bolso dos reformados, dos trabalhadores, dos micro, pequenos e médios empresários que vêem confiscados os magros rendimentos do seu trabalho actual e passado, com os cortes e o aumento da carga fiscal.
O crescimento que pretendem e de que falam é o crescimento sem desenvolvimento, sem direito à saúde, à educação, à segurança social. É o crescimento sem melhoria das condições de vida das pessoas.
O crescimento que pretendem é o que mantém altas taxas de desemprego e de emprego precário, sem direitos, com salários baixos e de miséria. O crescimento que serve apenas alguns, acentuando as desigualdades e as injustiças!
O seu milagre de crescimento é um bluff! Mesmo que se confirmem as suas previsões para 2014, ao ritmo que anunciam esse crescimento, nem em 2020 recuperaremos o que perdemos nestes últimos anos de aplicação do Pacto de Agressão, quase 6% do PIB!
Nesta campanha do “conto do vigário”, juntam-lhe a ideia de que estamos próximos do fim de todos os nossos problemas. Que está a chegar o momento da saída da troika e o fim do Pacto de Agressão, e com isso, o dia da recuperação da nossa soberania e dos nossos direitos.
Tudo fazem para aparecerem como os salvadores da pátria. Eles que pediram e aceitaram, juntamente com o PS, a ocupação estrangeira e a justificaram também com a mesma ideia de que era para salvar o país!
Querem vender a ilusão de que a partir da saída da troika nada será como antes. É a pura manipulação!
Este Pacto chegará ao fim, mas com este governo e com esta política não acaba este programa de agressão dos portugueses e de ingerência no país.
Chega ao fim um Pacto, mas prossegue outro, com as mesmas medidas, as mesmas soluções, as mesmas políticas de extorsão do povo e roubo dos trabalhadores e reformados.
É isso que estão a preparar com os mandantes do sistema financeiro e o directório das grandes potências que os servem para prosseguir a sua escalada visando o empobrecimento dos portugueses.
Oiçam o coro dos representantes dos senhores do dinheiro, a começar pelo Sr. Barroso e o Sr. Draghi e a acabar nos comentadores de serviço nacionais, a mando dos banqueiros, a venderem o Programa Cautelar para o pós-troika como uma coisa inofensiva – a melhor das soluções, escondendo que tal programa implica inevitavelmente novas condições de submissão do país e do seu projecto de desenvolvimento. Que implica novas medidas de exploração, regressão social, novos cortes nos direitos sociais, nas reformas e nos salários, iguais às que temos vindo a assistir com as políticas e medidas do Pacto de Agressão.
Escondem isso e escondem mais quando falam de libertar o país. Omitem e escondem que armadilharam todo o terreno. Os partidos do governo e o PS com o Tratado Orçamental que subscreveram, com os Pactos para o Euro e outros instrumentos que impõem a redução do défice e da dívida a “mata-cavalos”!, escondem no fundo que a manter-se esta política e estas condicionantes, com PSD ou PS, vai continuar a política de extorsão do povo. Escondem, no fundo, que o pós-troika, com esta política europeia e nacional, com uns ou com outros, é a continuação da troika por outros meios!
Nem eles são os salvadores da pátria, nem o Pacto que assinaram salvou o país!
Temos hoje mais desemprego do que tínhamos em 2011. Produzimos hoje muito menos que produzíamos antes. Estamos hoje mais pobres com a venda de todo o nosso património do que estávamos quando o Pacto, foi assinado para servir os interesses da banca e dos grandes grupos económicos. Temos o povo mais empobrecido. Temos mais emigração. Piores serviços públicos. Uma dívida incomensuravelmente maior e estamos mais atados de pés e mãos.
Não! O Pacto de Agressão não salvou Portugal, afundou Portugal! Eles não estão a resolver os problemas, estão a hipotecar o futuro do país!
A solução não são novos pactos com medidas de extorsão do país e dos portugueses, mas a renegociação da dívida nos seus montantes, juros, prazos e condições de pagamento, com a assunção imediata da redução do serviço da dívida e uma nova política alternativa, patriótica e de esquerda, capaz de pôr o país a produzir e a criar emprego e distribuir melhor, e com justiça, a riqueza criada e que assume o explícito compromisso de reposição dos salários, rendimentos e direitos roubados até hoje, incluindo nas prestações sociais!
É preciso pôr fim aos pactos e a todo e qualquer programa de ingerência que o grande capital e as grandes potências têm em preparação, em cuja execução este governo se disponibiliza para cumprir a função de pau-mandado. Sim, se é verdade que há uma identidade ideológica e a sua própria política não difere da política da troika, não é menos verdade que este governo é um governo pau-mandado!
O governo, e muitos dos que o compõem, ou têm composto que se dizem ao serviço do país, mas que na verdade estão a pensar em si, na sua carreira, no seu futuro, servindo outros interesses. Safam-se sempre!
Veja-se quando acaba a comissão de serviço no governo ou no Estado para onde vão muitos dos senhores ministros e secretários de Estado. Sigam-lhes o rasto e verão a mando de quem andam. A quem andavam a servir e a quem pretendiam agradar. Faleceu António Borges, ministro sombra das privatizações e ex-responsável da Goldman Sachs e aí temos o Sr. Luís Arnaut, ex-Secretário-Geral do PSD e ex-ministro, a tomar um lugar de topo, como consultor, neste mega banco com interesses nas privatizações em curso. Vejam o ex-ministro da economia Álvaro Santos Pereira, ainda agora saiu e já vai a caminho da OCDE, enquanto o ex-ministro Vítor Gaspar, o amigo de peito do ministro das finanças alemão e grande mandante das troikas, vai a caminho do FMI com o apoio incondicional da senhora Merkel. Nem fazem um periodozinho de nojo! Mas sigam o rasto de outros e vê-los-ão nas administrações, nos conselhos fiscais, nos bancos, nas empresas, à frente dos negócios e negociatas dos grandes grupos económicos e financeiros portugueses. Portugueses é como quem diz. De português só têm o nome, o resto foi hipotecado ao estrangeiro. Já não é o país que conta, nem o seu desenvolvimento, mas o que serve os interesses dos grandes centros de decisão estrangeiros. É assim na PT, na EDP, na CIMPOR, etc.
Há quem diga que isto anda tudo ligado e não se engana! Portugal não se liberta da dependência com esta política e com a rede de submissão que está montada para servir o grande capital e a elite que o rodeia, defende e garante os seus interesses, aqui, na Europa e nos grandes centros de decisão do capitalismo internacional.
O país não pode adiar por mais tempo uma mudança de rumo, uma verdadeira mudança alternativa e não as falsas e perversas soluções dos partidos do rotativismo nacional. Desses partidos com políticas siamesas. Os partidos do bipartidarismo de muleta que nos governam há quase 40 anos!
As soluções para os problemas que o país enfrenta só podem ser encontradas invertendo o rumo da política que está em curso e com um novo governo patriótico e de esquerda.
Um governo capaz de concretizar uma nova política, uma política que tenha como referência os valores de Abril e o respeito pela Constituição da República.
Uma verdadeira alternativa que tem o PCP como uma força indispensável na sua construção.
Deste Partido Comunista Português que é a grande e fidedigna força de oposição à política de direita.
Deste Partido que é preciso tornar ainda mais forte no plano orgânico, no plano político e social. Mais forte para defender os interesses dos trabalhadores e do povo. Mais forte para assegurar os interesses do País e a soberania nacional.
Um partido mais forte em todas as frentes, incluindo no plano eleitoral e desde já na batalha que aí está para o Parlamento Europeu a 25 de Maio. Eleições em que o PCP concorre no âmbito da CDU.
Uma batalha eleitoral importante no combate que travamos no quadro de uma União Europeia marcada pelo aprofundamento do pilares neoliberal, federalista e militarista, cuja orientação tem importantes consequências na actual situação do nosso país.
Uma batalha eleitoral que terá de se traduzir numa importante campanha de esclarecimento a partir da situação do país e dos problemas nacionais, da denúncia da conivência das forças da política de direita nacional e do actual governo, e da sua identificação com as orientações, objectivos e natureza do processo de integração capitalista europeu. Uma campanha de denúncia dos que, como o PS, se identificam com as concepções federalistas dominantes na União Europeia e os seus principais instrumentos de dominação, que são responsáveis pelo rumo de desastre no país e na Europa. Uma Campanha que afirme o voto na CDU como a mais decisiva opção para assegurar o direito a um desenvolvimento soberano de Portugal e um outro rumo para a Europa. Uma campanha que identifique o voto na CDU como a mais segura contribuição para a inadiável derrota do governo e para dar força à construção de uma alternativa.
Somos um Partido que, como nenhum outro, desempenha um papel fundamental na dinamização da luta de massas, em estreita ligação à classe operária e aos trabalhadores e ao nosso povo pela solução dos seus problemas.
Um Partido que está pronto a assumir todas as responsabilidades que o povo lhe queira confiar, porque este é um Partido que não vira a cara à luta em nenhuma circunstância!
Um Partido que se orgulha da sua história em defesa dos trabalhadores, do povo e do País, mas que tem sempre os olhos postos no presente e no futuro.
Um Partido que colhe no exemplo de coragem e na experiência dos combates do passado, como o foram os combatentes da geração do 18 de Janeiro, ensinamentos para sua luta presente e futura!
Um Partido com um ideal e um projecto capaz de construir um Portugal com Futuro, tendo como referência os valores de Abril!
Um Partido que mostra com a sua história e o seu projecto ser a grande força portadora da esperança e da confiança num Portugal com futuro! A grande força que esteve, está e estará, sempre do lado certo: do lado dos trabalhadores, do povo e de Portugal!