Internacional

«O disparate»

Tendo discordado da agressão ao Iraque e do envolvimento português nela, evidentemente discordo também que haja nele escaladas, muito especialmente envolvendo participação armada de forças nacionais.

«A vedação»

Na sua essência, o problema é em betão. Tem cerca de nove metros de altura e o topo coberto de arame farpado electrificado. No chão, igualmente se estende uma densa rede de arame farpado e distinguem-se numerosas guaritas. Está previsto ter uns mil quilómetros, sensivelmente a distância entre Lisboa e Barcelona.

O problema tem outro problema, pelo menos em inglês: o nome.

«Foi pena...»

Durão Barroso viajou para Washington, buscando uns empregos de governador civil nos subúrbios de Baçorá para alguns amigos necessitados de colocação, bem como umas migalhas para alguns empreiteiros agora sem fundos comunitários.

Contudo, Durão cometeu um erro de tomo: não levou consigo o director do Público.

Esclareça-se, a ideia não era que José Manuel Fernandes fosse embedded na comitiva barrosista: Durão Barroso perdeu, isso sim, a soberana oportunidade de chegar à Sala Oval e dizer, familiar: «George, trago-te aqui a solução de um dos teus problemas!»

«Maciço barrete»

A BBC divulgou elementos segundo os quais o Governo Blair viciou informações sobre as armas de destruição maciça iraquianas.

A questão já seria de tomo, mas há pior. Paul Wolfowitz, braço-direito de Rumsfeld, declarou linearmente esta semana que a Casa Branca também mentiu. Usou mesmo a espantosa expressão «por razões burocráticas» para explicar porque é que Colin Powell mentiu na ONU, os EUA mentiram na NATO, a todos os seus aliados e a todo o mundo: era um tema que poderia granjear o apoio de «todo o mundo» à agressão. Só que sabiam perfeitamente que o alegado perigo não existia.

«Qual diferença?»

Discutir se se envia para o Iraque uma força da GNR, PSP, Exército ou Marinha é, quanto ao fundamental, inteiramente irrelevante. Fundamental é que haverá em território iraquiano cidadãos portugueses em armas, preparados e enviados para as usarem, integrados num exército de ocupação e sujeitas inevitavelmente ao seu comando. Configura, sim, uma escalada inequívoca e grave no envolvimento de Portugal no conflito.

«Não»

Os textos de António Ribeiro Ferreira enviados de Bagdad levantam questões que não podem ser ignoradas.

Nem do ponto de vista político, nem do ponto de vista ético, nem do ponto de vista profissional.

Não estão em causa as opiniões de Ribeiro Ferreira acerca do conflito no Iraque.

Foram de incontido apoio à intervenção americana, ultrapassando por vezes talvez o razoável e evidenciando uma cegueira e um sectarismo difíceis de aceitar.

Trata-se, contudo, do exercício de um direito que inquestionavelmente lhe assiste.

A guerra contra o Iraque e a situação internacional

1. A guerra contra o Iraque, ilegal, ilegítima e injusta confirmou-se, com a invasão e ocupação deste país pelos exércitos anglo-americanos, um grave crime contra o povo iraquiano, contra a paz, o progresso social no Médio Oriente e em todo o mundo, contra o próprio património histórico e cultural da humanidade.

A Paz não se rende!

[Excertos]

Todos sabemos, porque temos visto nas televisões, como os fautores e comandantes da guerra de agressão e ocupação estrangeira do Iraque têm procurado usar a seu favor certas imagens simbólicas, na esperança que o seu impacto visual e psicológico funcione como um apagador das verdades essenciais sobre esta guerra, da sua falta de legitimidade, do seu significado e consequências exemplarmente graves para o ordenamento e as regras do mundo contemporâneo.

Delegação do PCP visita Espanha, Itália, Grécia e Chipre

Delegação do PCP visita Espanha, Itália, Grécia e Chipre
Avante Edição N.º 1532, 10-04-2003

Sobre a comunicação do Senhor Presidente da República

1. O PCP regista e avalia de forma positiva o facto de o Presidente da República ter reafirmado as suas anteriores posições em relação à guerra contra o Iraque, e designadamente as suas considerações sobre a ilegitimidade de uma guerra desencadeada unilateralmente pelos EUA fora do quadro das Nações Unidas e em violação do direito internacional.