Durão Barroso viajou para Washington, buscando uns empregos de governador civil nos subúrbios de Baçorá para alguns amigos necessitados de colocação, bem como umas migalhas para alguns empreiteiros agora sem fundos comunitários.
Contudo, Durão cometeu um erro de tomo: não levou consigo o director do Público.
Esclareça-se, a ideia não era que José Manuel Fernandes fosse embedded na comitiva barrosista: Durão Barroso perdeu, isso sim, a soberana oportunidade de chegar à Sala Oval e dizer, familiar: «George, trago-te aqui a solução de um dos teus problemas!»
Qual problema? Qual solução?!
José Manuel Fernandes teria, discreto, estendido a Bush Jr. a tradução inglesa do seu editorial de ontem.
Com tal documento (que a Casa Branca enviaria imediatamente a Tony Blair) ficaria resolvido um complicado imbróglio com o Senado. Nele se expõe que, sobre o Iraque, Wolfowitz não disse à Vanity Fair aquilo que disse sobre o embuste das armas de destruição maciça e as reais motivações petrolíferas, mas sim que as armas de destruição maciça foram um embuste e as reais motivações foram petrolíferas.
Para o comum dos mortais, não faz sentido; mas, em Washington, tudo seria possível.