Discutir se se envia para o Iraque uma força da GNR, PSP, Exército ou Marinha é, quanto ao fundamental, inteiramente irrelevante. Fundamental é que haverá em território iraquiano cidadãos portugueses em armas, preparados e enviados para as usarem, integrados num exército de ocupação e sujeitas inevitavelmente ao seu comando. Configura, sim, uma escalada inequívoca e grave no envolvimento de Portugal no conflito.
A opção pela GNR ou pela PSP não possui, evidentemente, qualquer significado internacional. Pode resultar, quanto muito, de o Governo tomar a decisão por si, uma vez que não envolve directamente as Forças Armadas e o seu comandante supremo. Certamente com a gentil preocupação de evitar que o Presidente da República se desdiga mais do que já se desdisse. Jorge Sampaio começou por defender que qualquer presença portuguesa só seria possível no quadro da ONU, terá passado depois para a NATO ou para a UE, sendo que fica por se perceber onde é que reside a diferença sem nenhuma daquelas legitimações.
Se um GNR ou um PSP tiver que disparar em Bagdad, será certamente complicado ser forçado a esclarecer primeiro: «Atenção! Sou português, mas não sou tropa!
Perceberam?» Tal como nós, não devem perceber.