A BBC divulgou elementos segundo os quais o Governo Blair viciou informações sobre as armas de destruição maciça iraquianas.
A questão já seria de tomo, mas há pior. Paul Wolfowitz, braço-direito de Rumsfeld, declarou linearmente esta semana que a Casa Branca também mentiu. Usou mesmo a espantosa expressão «por razões burocráticas» para explicar porque é que Colin Powell mentiu na ONU, os EUA mentiram na NATO, a todos os seus aliados e a todo o mundo: era um tema que poderia granjear o apoio de «todo o mundo» à agressão. Só que sabiam perfeitamente que o alegado perigo não existia.
Não é a primeira vez que governantes mentem tão criminosa quanto conscientemente. Em geral, descobre-se décadas depois, quando os arquivos se abrem e os responsáveis morreram. Salazar também veio à televisão dizer que Humberto Delgado fora assassinado pela oposição ao fascismo. Mas desde Hitler que se não via esta espantosa arrogância e completa ausência de sentido moral.
A Administração Bush arrasou Bagdad a bombas, mísseis e mentiras. E nos escombros ficaram mortos iraquianos e a credibilidade e dignidade da política norte-americana.
No entretanto, também o dr. Durão Barroso foi às Lajes enfiar o maciço barrete.