Integração de trabalhadores com vínculos precários na RTP
Proposta de Aditamento
TÍTULO III
Disposições relativas a entidades do Sector Pública Empresarial e entidades reclassificadas
CAPÍTULO I
Disposições sobre empresas públicas Artigo 31.º A (NOVO)
Integração de trabalhadores com vínculos precários na RTP 1-Até ao final do primeiro trimestre de 2026, são identificados os trabalhadores que, independentemente do vínculo contratual, prestem ou que tenham prestado trabalho na RTP em funções permanentes.
2-A identificação prevista no número anterior inclui trabalhadores contratados por outras empresas que prestem trabalho na RTP.
3-No início do segundo trimestre de 2026,são criadas as vagas no quadro de pessoal da RTP que correspondam ao número de trabalhadores identificados, procedendo-se de imediato à abertura dos procedimentos concursais para o preenchimento das vagas. 4-A RTP fica dispensada de obter autorizações dos membros do Governo para a vinculação e integração dos trabalhadores referidos no presente artigo, bem como para utilização de verbas necessárias à referida vinculação.
5-Para efeitos do previsto no presente artigo, o Governo transfere para a RTP a dotação adequada.
Assembleia da República, 6 de novembro de 2025 Paulo Raimundo; Paula Santos; Alfredo Maia
Nota Justificativa:
A precariedade é uma realidade que continua a marcar a vida de centenas de milhares de trabalhadores no país. O combate a todas as formas de precariedade, no sector público e no sector privado, tem de ser uma prioridade.
Ainda decorria o PREVPAP, já estava novamente a ser promovida, na RTP, a contratação de trabalhadores com vínculos precários sob várias formas.
Desde aquele programa, a RTP manteve cerca de 200 trabalhadores com vínculos precários, contratados a termo certo, através de falsos recibos verdes, ou com recurso a outsourcing, que asseguram funções essenciais à atividade da empresa.
Entretanto, na sequência da intervenção da Autoridade para as Condições de Trabalho e de ações nos tribunais, a RTP foi forçada a integrar já uma centena de trabalhadores naquelas condições, estando ainda pendentes quase outros tantos processos.
Segundo o esclarecimento prestado pelo Conselho de Administração da RTP em audição na Comissão de Cultura, Comunicação Juventude e Desporto, a empresa não está autorizada pelo Governo a proceder a admissões, a menos que estas sejam impostas por decisão judicial.
Para combater a precariedade, assegurar a estabilidade e os direitos dos trabalhadores, o PCP propõe a integração dos trabalhadores com vínculo precário nos quadros da RTP, poupando aliás a empresa e o Estado a encargos com processos judiciais e coimas.