Pergunta ao Governo N.º 1347/XII/3.ª

Incentivo à precariedade no Distrito de Castelo Branco

Incentivo à precariedade no Distrito de Castelo Branco

No Distrito de Castelo Branco, mais de três mil trabalhadores desempenham funções em instituições públicas (escolas, centros de saúde, hospitais, instituições de ensino superior, entre outros) e em IPSS, através de Contratos Emprego-Inserção (CEI).
São funções permanentes que estão a ser asseguradas por trabalhadores em situação de precariedade. Contrariamente ao suporto objetivo deste programa, hoje os CEI são utilizados para suprir necessidades permanentes em instituições públicos, sendo o próprio Governo, o
promotor da precariedade. Passado um ano, o trabalhador não pode permanecer no mesmo lugar. Defrauda-se as expectativas do próprio trabalhador, que ao longo de um ano deu o seu melhor e não se dá nenhuma estabilidade à própria instituição. Ao fim de um ano, mantêm-se as necessidades, indo outro trabalhador para supri-las. Ao fim ao cabo, nem se resolve o problema dos trabalhadores, que é o emprego, nem das instituições, que é a necessidade de trabalhadores.
Ao invés de abrir concursos públicos para a contratação dos trabalhadores em falta, o Governo opta pela precariedade e por não garantir emprego e os direitos aos trabalhadores.
Soubemos ainda, que há trabalhadores com CEI em Misericórdias que têm horário completo, mas que auferem somente 252 euros mensalmente, mais o subsídio de refeição, o que configura numa grave exploração desses trabalhadores.
Ao abrigo das disposições legais e regimentais aplicáveis, solicitamos ao Governo que por intermédio do Ministério da Solidariedade, Emprego e Segurança Social, nos sejam prestados os seguintes esclarecimentos:
1.Por que razão o Governo não autoriza a abertura de concursos públicos para a contratação dos trabalhadores em falta na Administração Pública, ao invés de colocar trabalhadores com Contratos Emprego-Inserção?
2.Como justifica a colocação de trabalhadores com Contratos Emprego-inserção para odesempenho de funções permanentes?
3.Considera que os CEI dão a resposta adequada para o funcionamento dos diversos serviços da Administração Pública?
4.O Governo confirma que há trabalhadores com Contratos Emprego-Inserção em Misericórdias que auferem 252 euros por mês, mais subsídio de refeição? Em caso afirmativo como justifica esta situação? Que medidas vai tomar para pôr fim a esta exploração?

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