Intervenção de Seyne Torres, Membro do Comité Central, Encontro Nacional do PCP sobre eleições e a acção do Partido

Os Imigrantes, força social que podem contribuir para uma vida melhor para todos

Os Imigrantes, força social que podem contribuir para uma vida melhor para todos

Camaradas,

Os milhares de imigrantes que vivem e trabalham em Portugal contribuem todos os dias para o desenvolvimento do nosso país. Tanto com a força do seu trabalho, como com as suas contribuições para a Segurança Social, porém continuam a ter os seus direitos limitados no acesso à saúde, nas prestações sociais, a um contrato de trabalho, à habitação.

No próximo dia 10 de Março, apenas uma minoria dos trabalhadores imigrantes a viver em Portugal têm direito de voto. Contudo, o voto é apenas uma dimensão da participação política. A força dos trabalhadores imigrantes vai para além do seu voto. Está na sua sindicalização, na reivindicação dos seus direitos e nas lutas concretas, por exemplo, dos habitantes da Cova da Moura pela abertura da passagem superior da estação de comboios da Damaia, com resultados positivos.

Sabemos que a participação política de cada um, principalmente dos imigrantes, está relacionada directamente com o processo de integração na sociedade, da língua, de condições de vida mais ou menos precárias.

Na concepção capitalista a exploração de mão-de-obra imigrante, barata, sem direitos e, muitas vezes, em situação irregular é benéfica para o aumento dos lucros e a centralização de riqueza, além disso é utilizada para pressionar a desvalorização dos salários, a precariedade e o não exercício dos direitos laborais e sociais. Torna-se, então, fundamental a intervenção dos sindicatos de classe e do movimento associativo na luta pela melhoria das condições de vida dos trabalhadores imigrantes, da divulgação e defesa dos seus direitos, na sua sindicalização e organização sindical, na sua inserção laboral e social.

O PCP desde sempre tem uma posição coerente na defesa dos direitos dos trabalhadores imigrantes.

Com propostas concretas, como a das Equipas de Regularização dos processos pendentes transitados para a AIMA. Mas, cada proposta apresentada pelo PCP relacionada na defesa dos direitos dos trabalhadores e melhoria das condições de vida, como, por exemplo, a proposta de aumento do salário mínimo nacional, tem também impacto em cada imigrante que vive e trabalhe em Portugal.

O PS - com o apoio do PSD, IL e Chega - recusam tomar medidas decisivas para melhorar as condições de vidas das populações. Desde a ausência de medidas para reforçar o SNS, de soluções para a garantia do direito à habitação, a recusa a dignificar carreiras e profissões (na saúde, nas forças de segurança, nos trabalhadores dos serviços públicos …) ou a recusa em tributar os grandes interesses económico e especulativos de forma justa.

A insistência e persecução destas políticas contribui para o crescimento de movimentos racistas e xenófobos, nomeadamente em Portugal, onde os imigrantes são apontados como responsáveis pelo desemprego, pela precariedade, pela degradação económica e social, pela criminalidade, flagelos de que eles próprios são vítimas.

Nos últimos tempos temos visto mobilização de trabalhadores imigrantes e população de origem imigrante na luta por melhores condições de vida, tanto em lutas organizadas por movimentos, como por sindicatos.

Há condições para a luta! É necessário organizar e mobilizar os imigrantes na luta pelos seus direitos, que são direitos de todos, contra a política de direita e por melhores condições de vida.

Está em cada um de nós, está em cada trabalhador imigrante, mesmo os que ainda não tenham direito de voto, e em todos os que reconhecem no PCP e na CDU a única solução para a nossa vida melhorar, em mobilizar outros para estarem connosco, não só no dia 10 de Março, mas todos os dias.

É do seu - é do nosso - próprio interesse e dará mais força à construção de uma política alternativa, patriótica e de esquerda. É com o reforço do PCP e da CDU, nas próximas eleições para a Assembleia da República, que se pode garantir uma política que assegure a defesa e promoção dos direitos sociais e laborais de todos os que vivem e trabalham em Portugal, e a adopção de medidas que permitam a inserção plena dos imigrantes na sociedade portuguesa.

Viva o PCP!
Viva a CDU!