Senhor Presidente, Senhor Comissário, a valorização do trabalho e dos trabalhadores tem de ser um critério e uma referência para o desenvolvimento.
Não há país que se possa considerar desenvolvido tendo os seus trabalhadores desvalorizados, desprezados, sem resposta às suas necessidades. No entanto, as políticas dos governos nacionais e a cobertura que a União Europeia dá a essas políticas vão exatamente no sentido contrário.
Em vários países, incluindo no meu país, em Portugal, estão em curso processos de alteração às leis laborais que atacam os direitos dos trabalhadores, facilitam despedimentos, tornam o emprego precário, atacam os direitos de maternidade e paternidade, põem em causa a conciliação entre a vida familiar e pessoal dos trabalhadores e os seus horários de trabalho. Estas são opções absolutamente contrárias ao sentido do desenvolvimento e da justiça social, que temos de pôr em causa.
A greve geral que foi feita, em Portugal, na semana passada dá uma forte resposta por parte dos trabalhadores portugueses na rejeição dessas políticas e confronta o Governo português — mas também a União Europeia — com a necessidade de um outro caminho que seja pela valorização do trabalho e dos trabalhadores como critério para o desenvolvimento.




