O governo sabe o que é ser jovem neste momento no nosso país? É indeferente?
É uma sensação de incerteza face ao futuro, face ao dia e ao mês seguinte
A cada etapa da vida há uma barreira e não uma oportunidade:
- depois de pagar a renda de um quarto e as contas, ficar com 200 euros para viver;
- é olhar para a autonomia como uma miragem, porque ter uma casa é um luxo;
- é ver reduzida a vida à rotina casa trabalho casa porque não há tempo nem dinheiro para mais;
- sofrer por continuar a pesar aos pais.
O efeito que isso tem nos jovens?
Fala-nos de Segurança Social, mas não é com salários baixos nem com falta de natalidade.
Não são 60 euros de apoio à família que vão estimular os jovens a ter filhos.
Fala-nos do trabalho digno. Mas não faz o básico.
Não introduz o princípio de que a um posto de trabalho permanente deve corresponder um contrato de trabalho efectivo.
Continua a permitir o recurso ao trabalho temporário, aos recibos verdes, ao outsourcing, várias formas de precariedade laboral, mantém o período experimental de 180 dias para os trabalhadores à procura do primeiro emprego.
Mantém a desregulação total dos horários, são os bancos de horas, o trabalho noturno e o trabalho por turnos.
Mantém uma Autoridade para as Condições de Trabalho que nada pode fazer, os jovens sabem que não podem contar com isso.
Mantem salários miseráveis à volta dos 700 euros.
Sra. Ministra, o governo e PS assistem a isto, sabendo que têm formas de reagir, mas não fazem porque não querem.
Oxala não lhes pese na consciência mais uma geração adiada e desperdiçada.