Os médicos estão em greve! Dirigimos daqui uma fraterna saudação.
O que tem a dizer aos médicos, aos enfermeiros e aos outros profissionais de saúde que lutam por direitos, por melhores condições de trabalho, que lutam pelo Serviço Nacional de Saúde? Porquê a recusa em corresponder às suas justas reivindicações?
Urgências sem profissionais de saúde; longos tempos de espera para uma consulta; utentes que se dirigem de madrugada para o centro de saúde, às duas, três da manhã, alguns doentes, que ficam toda a noite na rua em condições desumanas, para tentarem conseguir uma senha para uma consulta nessa manhã.
E o que faz o Governo? Finge resolver, mas só agrava o problema, deixando definhar o SNS.
Este é o caminho que PSD, CDS, IL e CH defendem por mais que o disfarcem. Por eles ainda é pouco, querem mais e mais rápido.
Não iluda o povo com os milhares de milhões que diz canalizar para a saúde, omitindo que parte significativa vai diretamente para os grupos económicos que parasitam o sector da saúde.
O caminho não é dificultar o acesso aos cuidados de saúde, atirar milhares de pessoas para canais que não têm capacidade de resposta, barrar o acesso a cuidados urgentes, pondo em risco a vida de milhares de pessoas.
Falamos da saúde e falamos também da educação, da justiça, das forças e serviços de segurança, das forças armadas, da generalidade dos serviços públicos, da habitação, ...
Na habitação, são anúncios atrás de anúncios, que não travam os despejos, não impedem o brutal aumento das rendas, não invertem o aumento exponencial das prestações à banca.
Pode referir o cardápio de medidas anunciadas pelo Governo, mas nenhuma vai à raiz dos problemas e mais grave ainda, não só permite como incentiva que a banca, os especuladores e os fundos imobiliários acumulem lucros com a especulação.
O que é preciso é mais habitação pública e que o Governo assuma as suas responsabilidades, é pôr fim à lei dos despejos, proteger o arrendamento e reduzir os valores de renda e pôr os lucros da banca a suportar o aumento das taxas de juros, ao invés de sobrecarregar as famílias com os aumentos das prestações. Tudo isto está ao alcance do Governo. Porque não o faz?