A IL traz um tema e começa a sua intervenção com um tema importante que é o da promiscuidade entre poder político e poder económico, falta de prioridade ao interesse público que é algo que mina e corrói a democracia.
Mas não é isso que a IL defende? A primazia do poder económico sobre o poder político e os poder dos decisores do Estado. Não estará a IL com dificuldade em mostrar o que a diferencia do Governo?
O Governo e o PS recusam controlo de preços do cabaz alimentar.
Recusam controlo de preços dos combustíveis e da eletricidade;
Fazem a maior transferência do trabalho para o capital;
Entregam dinheiro do orçamento do estado diretamente para os bolsos dos grupos económicos (olhem a Navigator, dez milhões de euros que saem dos nossos bolsos em subsídios para esta empresa, que vai ainda receber 18 milhões do PRR ou a transferência de 140 milhões de euros para as concessionárias das autoestradas e das pontes);
Recusam o aumento dos salários, recusam o aumento do salário mínimo;
Mantêm todos os mecanismos que permitem e estimulam a precariedade;
À pala da ausência de soluções para a falta de pessoal, de enfermeiros de médicos ou de assistentes operacionais, o Governo está, na prática a entregar a saúde, a educação e os serviços públicos ao negócio;
Querem Privatizar a TAP;
Não mexem na lei do arrendamento, mantem a habitação na lógica do mercado com os resultados gloriosos que estamos a ver;
Meus srs. Até o Presidente da CIP afirmar que votava favoravelmente o Orçamento de Estado para 2023.
Mas o que é que a IL quer mais?
Fraco investimento público? Temos.
Desregulação das relações de trabalho? Temos.
Privatização de empresas estratégicas? Temos.
Liberalização dos mercados habitação? Temos.
Liberalização dos preços? Temos.
Entrega ao Privado e ao mercado da Educação e da Saúde? Temos.
Redução da carga fiscal para grandes empresas e grupos económicos? Temos.
Sujeição à lógica do défice e da despesa pública? Temos também.
Quem se tem de queixar é o povo e os trabalhadores deste país, os estudantes, os professores, os trabalhadores do SNS, da justiça, dos registos, das forças de segurança, os micro, pequenos e médios empresários. São os utentes dos serviços públicos.
Em que é que a IL se diferencia do Governo se defendem a política de saque, de sacrifícios para a maioria, ao mesmo tempo que protegem os interesses e os lucros de uma pequeníssima minoria?