Relatório sobre estratégia da União Europeia para apoiar os Estados-Membros na minimização dos efeitos nocivos do álcool
O Relatório só aborda, sem aprofundar, a questão central dos
condicionantes do consumo abusivo do álcool e, por isso, peca por uma
cultura que poderíamos chamar de cognitiva/repressiva, assente no
processo de valorização do risco/ameaça/castigo.
Convém ter em conta que cada droga de adição e cada comportamento
aditivo tem as suas características próprias. O Relatório aponta a
necessidade de se estudar e ir avançando com base em conclusões, mas o
caminho que inicia parece já obedecer a um delineamento apriorístico.
Antes de abordar a questão magna do “álcool e trabalho” convém chamar a
atenção para a importância capital dos comportamentos exemplares na
construção de valores e atitudes dos jovens. A própria medicina do
trabalho, que deveria aqui ter um papel central na prevenção e
encaminhamento terapêutico, é entendida como um prolongamento do braço
repressivo/explorador do patronato, e não como um mecanismo
independente de prevenção e promoção da saúde.
Deveria ser criada uma linha de financiamento de programas de apoio a
trabalhadores submetidos a stress laboral, trabalho penoso, desemprego
e precariedade, orientados para a identificação e terapêutica do
alcoolismo e para a melhoria das condições de trabalho, prevenção de
doenças e promoção da saúde.