Caros Camaradas, companheiros e amigos, começo por vos dar as boas-vindas e agradecer-vos este manifesto apoio que assim entregam a esta candidatura com a vossa participação nesta iniciativa.
Saúdo também a presença do Secretário-Geral do Partido Comunista Português, o nosso camarada Jerónimo de Sousa, e do companheiro Miguel Martins da Comissão Executiva do Partido Ecologista «Os Verdes», que nos reforçam o entusiasmo e a alegria para a tarefa que temos por diante.
Tarefa exigente é certo. Mas esta é uma candidatura que se propõe e se quer como unitária, congregadora e transformadora, que não começa ou termina apenas nos seus candidatos, que não se resume à lista dos que assumem agora esta tarefa; mas que antes, é uma candidatura que tem a certeza e confiança de se principiar num projecto de desenvolvimento territorial, justo, solidário, patriótico e de esquerda; o único projecto que se pode definir nestes moldes no plano distrital e nacional, um projecto de progresso cultural, económico e social, de dimensão colectiva, de caminho a percorrer lado a lado, de braço dado, um projecto que espera terminar apenas na sua concretização, pelas nossas terras, pelo nosso distrito, pelo nosso país, pelo nosso povo.
Camaradas, companheiros e amigos,
Candidatos somos todos. Todos os camaradas, companheiros, amigos e activistas, que se revejam neste projecto e que contribuirão assim de forma decidida e decisiva, para que por fim, o distrito possa ter voz parlamentar, comprometida politicamente com os interesses populares, através da eleição de um ou mais deputados da CDU pelo círculo eleitoral de Viseu.
Sabe o país com quem contar. E Sabe o distrito também. Que ninguém o negue e, sobretudo, porque não o poderão fazer sem perder a compostura. Que mesmo entre sucessivos períodos eleitorais sem representação da CDU pelo distrito em sede de Assembleia da República, foram sempre os deputados do PCP e do PEV, mesmo não sendo daqui ou por aqui eleitos, os que sempre souberam não esquecer os caminhos que dão a todos os concelhos do distrito, levando vezes sem conta os problemas das nossas populações à Assembleia da República. Ninguém interveio tanto e de forma tão consequente na Assembleia da República e junto dos vários Governos, como a CDU. e, portanto, imagine-se agora, por um momento, o que poderemos então fazer com representação directa por este território e pelas nossas gentes.
Poderão alguns afirmar que se trata de sonho ou utopia. Pois bem, camaradas, amigos e companheiros, os que eles não imaginam por um segundo sequer, na ânsia que têm de manter tudo como está, é que o sonho ou a utopia, se pensados e assentes em projectos, não tardam a tornar-se realidade.
Camaradas, companheiros e amigos, o desafio é que construamos juntos essa realidade. A realidade de dar então resposta através do nosso projecto político às urgências do distrito, do país e do povo. Dar força à CDU, construir esta força e esta realidade é também concretizar respostas: O aumento geral dos salários, em particular do SMN, como uma emergência nacional; é promover a gratuitidade das creches e dos direitos parentais; é valorizar as pensões e contribuir para a dignidade na reforma; é criar mecanismos legais que determinem o fim do uso e abuso da precariedade laboral, como são os casos da Borgstena, PSA ou Eberspacher; é o reforço do SNS no país e no distrito, por melhores condições, mais e melhores valências e mais recursos humanos no Hospital de Viseu e no Hospital de Lamego e não o encerramento de extensões de saúde como recentemente na freguesia de Lordosa em Viseu; é lutar pelo direito à educação, à ciência, à cultura e ao desporto, pela universidade pública em Viseu, pelo fim das propinas e pela reposição de escolas e jardins de infância nos meios mais ruralizados de todo o distrito, pelo fim do subfinanciamento da educação, cultura, do associativismo e do desporto no distrito e no país, pilares do conhecimento e da democracia de abril; é também lutar por verdadeira rede pública de habitação e pelo direito à mesma; pelo direito à mobilidade, à concretização da ferrovia no distrito, na linha do douro e na linha da beira, pela criação de novas rotas de transportes públicos locais e intermunicipais, promovendo o uso do transporte colectivo e pelo fim das injustas taxas de portagem na A24 e na A25; é valorizar uma política fiscal justa e equilibrada, que fixe pequenas e médias empresas e indústrias no distrito, que permita a criação de emprego que não assente a sua actividade em salários baixos e promover o desenvolvimento económico da região, e que este possa estar sempre ao serviço das populações; é valorizar a produção local como factor de valorativo da produção nacional, nomeadamente com a construção de um entreposto de recolha, transformação e escoamento, com políticas agrícolas comuns e estratégias de mercado que valorizem os nossos produtos endógenos; pela devolução aos Vitivinicultores da Casa do Douro e a defesa da sua zona demarcada de produção vitivinícola, mas também de politicas consertadas da zona vinhateira do Douro ao Dão de apoio à pequena e média produção; é promover o crescimento sustentável e promover o acesso ao ambiente saudável, preservar zonas florestais e habitats naturais, defender e proteger a biodiversidade, reconhecendo-a como central no equilíbrio das relações ambientais que decidimos estabelecer entre o homem e natureza; é defender o acesso democrático e transversal à água e à energia; é lutar pela reposição dos serviços públicos, furtados das regiões mais fragilizadas do distrito, como extensões de saúde, farmácias comunitárias, escolas, correios, balcões da banca pública, tribunais, ou como agora denunciam os sindicatos que por falta de trabalhadores se podem encerrar serviços de finanças e segurança social no interior do país. Tudo isto, agudizando ainda mais o problema de abandono das terras, criando obstáculos incompreensíveis à fixação de pessoas e negócios. É tudo isto e muito mais.
Mas camaradas, companheiros e amigos, dar-vos-ei breve descanso desta lista sem fim de problemas e correspondentes respostas. Teremos, em breve, oportunidade de entrar em pormenor e exaustão na apresentação pública do compromisso político para o distrito. Dizer-vos então resumidamente, que é sobretudo objectivo maior, no conjunto do projecto da CDU e dos seus pilares, trazer dignidade à vida de todos nós. É criar ferramentas e caminhos que acabem de vez com a fome e a pobreza que afecta cerca de uma em cada quatro pessoas da população do distrito, de todas as faixas etárias; população que vê no seu território existirem seis dos dez concelhos mais empobrecidos do país, e todos, todos, bastante abaixo no que toca aos rendimentos e acessos a serviços públicos, quando comparados com a média nacional. Dignidade é a palavra que resume o nosso projecto, dignidade é o que propomos e é o que lutaremos para concretizar. Sem dignidade não se cumpre Abril, não se cumpre a sua Constituição da República.
Caros camaradas, companheiros e amigos, a CDU tem identificados os problemas estruturais do distrito e dos seus concelhos e também do país. Tem em si e no seu programa, pessoas, projectos e ideias, para responder de forma concreta aos anseios das populações. Repito o que já afirmei, o sonho e a utopia podem de facto ser concretizados mediante se forem pensados e projectados. Pois é este o projecto pensado, que levantará o sonho, o projecto com que acreditamos que podemos eleger no distrito um ou mais deputados. Mesmo que em contraposição, o discurso que passaremos a ouvir é de que tal coisa não é possível! pois bem, não se esqueçam também que como antes o PCP e a CDU já demonstraram conhecer profundamente o funcionamento do regime democrático português, e assim também o afirmamos agora, que em democracia, uma que não esteja sequestrada e condicionada, o que não existe é tal coisa como resultados pré-estabelecidos, votos antecipadamente definidos ou eleições de primeiros-ministros.
Caros camaradas, companheiros e amigos, deixemo-los então, a esses, falar ao vento. Afinal são esses, os que falam, que sequestram e condicionam a democracia, ou pretendem fazê-lo. São esses os mesmos que se orgulham do passado político do distrito, que pretendem manter esse rótulo, de ora se plantam rosas, ora se colhem laranjas; pavoneando-se pelo seu histórico político dominante neste território, como se história determinasse o futuro e não houvesse escolha a fazer. Esses mesmos que se orgulham deste passado recente que os próprios criaram, de pobreza, abandono de terras, desertificação, desemprego, baixos salários, privatização da saúde, da água e da mercantilização do ensino, de retrocessos e atrasos, de decadência e degradação das condições de vida e de dignidade na vida.
Se foi este passado que nos legaram, então que o distrito e o seu povo saibam dar resposta no dia 30 de Janeiro. que os deixem ficar nesse passado de que tanto se orgulham, um passado que tanto castigou e castiga ainda hoje as nossas populações. Que fiquem orgulhosamente sós nesse passado que é sua responsabilidade! e que se determine por poder e vontade popular que sejamos nós o futuro, um futuro de desenvolvimento, de igualdade, de justiça social. Um futuro de progressos e avanços, um futuro de esperança para todos.
Camaradas, companheiros e amigos, partamos nós ao trabalho e ao esclarecimento! Que saibamos repetir que não é hora de plantar rosas ou colher laranjas! Que a hora é a de erguer cravos! Que este nosso distrito e este nosso povo merecem! Camaradas, companheiros e amigos, construamos agora o Futuro!
Viva a CDU!
Viva o distrito de Viseu!
Viva Portugal!