Sr. Presidente,
Sr. Deputado Pedro Bacelar de Vasconcelos,
Queria saudá-lo pela sua primeira intervenção no Plenário da Assembleia da República e colocar-lhe duas questões sobre a intervenção que nos trouxe.
Ouvindo a sua intervenção e, já agora, os pedidos de esclarecimento que lhe foram dirigidos pelos Srs. Deputados Telmo Correia e Carlos Abreu Amorim, fica um grande mistério no ar: se a direita ganhou estas eleições para que é que quer outras?!
Se os senhores continuam a achar que ganharam as eleições e que não as perderam, ficarão muito felizes…
Sr. Presidente, dizia eu que se os senhores continuam a achar que ganharam as eleições e ficam muito felizes e contentes com a vossa vitória, nós esperamos que com a vossa derrota se possa fazer algo melhor pelo País do que o que os senhores fizeram nos últimos quatro anos.
Dizia há pouco o Sr. Deputado Telmo Correia que agora é o tempo do Presidente e que tem de respeitar-se a decisão do Presidente, seja ela qual for. Bom, eu interrogo-o pelo seguinte: não sei que exigências é que o Sr. Presidente da República fez quando nomeou para Primeiro-Ministro o Sr. Deputado Pedro Passos Coelho. O que todos sabemos é que a única garantia que o Dr. Pedro Passos Coelho dava era a de que o seu Programa sairia rejeitado na Assembleia da República.
Então, agora perguntamos: qual é a legitimidade política e constitucional do Sr. Presidente da República, relativamente a uma proposta de constituição de um governo que, à partida, tem garantida a sua passagem na Assembleia da República, para não aceitar ou, pelo menos, para protelar uma solução como essa? Gostaria de ouvir a sua opinião sobre esta questão, Sr. Deputado.