Miguel Viegas, deputado do PCP no Parlamento Europeu (PE), encontra-se neste momento na Palestina integrado numa delegação do GUE/NGL. Esta visita destina-se a contactar com a realidade vivida no terreno após mais uma bárbara agressão das forças israelitas.
Lamentavelmente e apesar de todos os esforços realizados, as autoridades de Tel Aviv não autorizaram a deslocação da delegação à Faixa de Gaza, numa ampla demonstração de má consciência face aos crimes que ali foram cometidos.
Apesar desta falha, nem por isso o programa deixou de ser amplo e diversificado com encontros com diversas associações israelitas de defesa dos direitos cívicos, visita ao muro de separação que separa Jerusalém Este dos territórios da Cisjordânia e, finalmente, contactos com alguns bairros dentro da cintura de Jerusalém ameaçados com a instalação de novos colonatos.
À noite, os deputados encontraram-se com o governador de Jerusalém bem como com alguns ministros do governo palestiniano. Num momento de impasse negocial causado pelo boicote de Israel que recusa qualquer acordo e continua, à revelia dos apelos da comunidade internacional, a sua política de expulsão da população palestiniana e instalação de novos colonatos, torna-se fundamental, nas palavras dos dirigentes palestinianos, uma enorme pressão sobre os países da União Europeia cuja posição tem sido, no mínimo, dúbia.
Pela parte do PCP, a única saída possível para esta situação está no reconhecimento ao povo palestiniano de poder construir a sua nação, com base nas fronteiras de 1966 e capital em Jerusalém, tal como determinam as resoluções da ONU. Importa igualmente garantir o regresso dos refugiados às suas terras de origem de onde forma expulsos, bem como punir os responsáveis pelos massacres que ocorreram ao longo das últimas décadas mas, particularmente, nas últimas semanas em Gaza onde a barbárie ultrapassou todos os limites.