Decorreu hoje mais um dia da estadia da delegação dos deputados do Parlamento Europeu do GUE NGL, onde se integra Miguel Viegas, eleito pelo PCP.
Do vasto conjunto de iniciativas que preencheram a jornada, destacamos a visita ao Hospital Al Makased em Jerusalém, os contactos com a família do jovem Abu Khdeir, queimado vivo com apenas 15 anos e as idas a Hebron e Bethlehem (Belém).
Quer a ida ao hospital, quer o encontro com a família do jovem Abu, constituem exemplos eloquentes da barbárie levada a cabo pelo exército israelita com a completa passividade das potências ocidentais com destaque para os países da União Europeia, Portugal incluído. Durante semanas, a faixa de Gaza foi bombardeada com uma intensidade que nos remete para os piores momentos da segunda guerra mundial, causando mais de 2000 vítimas, a maioria das quais crianças, e prejuízos incalculáveis, sem que se ouvisse por parte da União Europeia uma palavra de condenação da parte agressora. Ao contactar com famílias inteiras despedaçadas física e moralmente, não é possível continuar a olhar em frente sem que os criminosos sejam devidamente julgados e condenados. As condições em que o caso do assassinato de Abu Khdeir, uma criança pacífica como tantas outras, raptada, espancada e queimada viva merece igualmente uma profunda reflexão. Com efeito, factos, tais como a posse por parte do jovem do seu telemóvel, assim como imagens captadas pelo sistema de vídeo vigilância prova a completa passividade das autoridades israelitas que nada fizeram para procurar o jovem no momento em que lhes foi anunciado o seu rapto.
As deslocações a Hebron e a Belém testemunham as enormes dificuldades das populações palestinas para vencer as inúmeras dificuldades causadas pela ocupação ilegal da sua própria terra por parte dos israelitas. O muro, a existência de 104 pontos de controlo (check points), o roubo descarado das principais reservas de água são apenas alguns exemplos das gritantes injustiças perpetradas diariamente nos territórios palestinianos ocupados. Apesar do cessar fogo, as negociações encontram-se num impasse, com o governo de Israel a boicotar o processo negocial e a promover a instalação de mais colonatos (desta vez em Belém). Assim sendo, é fundamental que a comunidade internacional assuma as suas responsabilidades e obrigue Israel a aceitar as resoluções da ONU e a criação de uma estado Palestiniano com base nas fronteiras de 1966 e com capital em Jerusalém. Os deputados do PCP no Parlamento Europeu tudo farão para pressionar a União Europeia neste sentido.