Anders Fogh Rasmussen estará amanhã, dia 8 de Setembro, em Portugal. A presença do Secretário-Geral da NATO no nosso País, a sua agenda - com encontros ao mais alto nível da hierarquia do Estado português - e os temas em discussão tornados públicos, são altamente reveladores da linha política do actual Governo do PSD/CDS. Um linha que, na continuidade da acção do anterior governo do Partido Socialista, desenvolve e aprofunda uma política externa e de defesa de completa submissão aos ditames e estratégia da NATO; de crescente envolvimento de Portugal nos projectos militaristas e intervencionistas desta organização e das suas principais potências; e de sistemático desrespeito pelos princípios da Constituição da República Portuguesa e dos valores da paz, amizade e cooperação entre povos e nações soberanas.
A visita do Secretário-Geral da NATO assume particular gravidade quando realizada num momento em que, segundo as notícias vindas a público, este bloco político-militar, responsável por alguns dos maiores crimes do imperialismo na sua História, se prepara para dar continuidade ao banho de sangue na Líbia, visando consumar a ocupação deste país e assim concretizar os objectivos de domínio dos seus recursos naturais e fundos soberanos. Neste quadro, o PCP reitera o seu mais veemente repúdio pela criminosa guerra de agressão da NATO contra o povo líbio, reafirma a sua posição de defesa de uma solução política e negociada do conflito e exige o fim imediato dos bombardeamentos e de todas as operações militares da NATO na Líbia.
Face à presença em Portugal do Secretário-Geral de uma Organização que - nomeadamente após a realização da sua cimeira em Portugal em Novembro de 2010 - se afirma e confirma como uma máquina de guerra do imperialismo, ao serviço dos EUA e de potências como a França, a Alemanha ou a Grã-bretanha, que age à margem do direito internacional e em claro desrespeito pela Carta das Nações Unidas, o PCP reitera a sua posição de defesa da dissolução da NATO, da progressiva desvinculação de Portugal da sua estrutura militar e do fim imediato da participação de forças militares portuguesas nas guerras imperialistas e operações militares da NATO.
No quadro da discussão em torno da reestruturação da NATO na sequência da aprovação do seu novo conceito estratégico, o PCP entende como de particular gravidade que num quadro em que são exigidos ao povo português pesados e injustos sacrifícios em nome do dito “combate à crise”, se continue a optar por uma linha de forte envolvimento de Portugal na estrutura militar da NATO e em missões como o anunciado policiamento da Islândia com aviões F16 ou a ocupação do Afeganistão. O que se exige e o que corresponde aos interesses do povo português, é o reequacionamento de todo o orçamento para a defesa, centrando a atenção na preservação dos direitos e condições de vida dos militares portugueses e no direccionamento dos recursos existentes para a missão principal das forças armadas, ou seja, a defesa da soberania e do território, águas territoriais e espaço aéreo portugueses.
O PCP apela aos trabalhadores e ao povo português para que, face à presença em Portugal do Secretário-Geral da NATO, expressem o seu repúdio pela realização desta visita, intensifiquem o protesto e a exigência do fim imediato da agressão à Líbia bem como das ocupações do Iraque e do Afeganistão, pela dissolução da NATO e pelo fim imediato do envolvimento de Portugal nos seus projectos intervencionistas e belicistas, em defesa da paz, soberania, justiça e progresso social, da amizade e cooperação entre os povos e entre Estados soberanos e independentes.