Se indagarmos qual dos aliados dos EUA – de França a Israel, do Reino Unido às ditaduras do golfo – terá cumprido, ao longo dos últimos anos, o papel central na operação de desestabilização e agressão à Síria e ao seu povo, certamente, a Turquia assume lugar cimeiro.
Desde o primeiro momento, a Turquia – membro da NATO – ingeriu-se activamente na situação da Síria, num manifesto desrespeito pelo direito internacional.
A Turquia foi utilizada para servir de base e dar suporte aos diversos grupos armados – que integram milhares de mercenários – aos quais foi atribuída a concretização do objectivo de destruição do Estado sírio, a pilhagem dos seus recursos e do património do seu povo. Uma gigantesca pilhagem que, alimentando todo o género de tráficos e tendo na Turquia um seu receptor, é uma das fontes de financiamento dos terroristas apoiados e armados pelo imperialismo, que agora afirma querer combatê-los.
Estes são aspectos que andaram arredados deste debate, e que os principais grupos políticos procuraram compreensivelmente evitar. Um silêncio cúmplice.
As conclusões da cimeira UE-Turquia estão em linha com as políticas externa e migratória da UE, que a cimeira procurou operacionalizar: reaccionárias, desumanas, inaceitáveis.