As decisões do Conselho clarificam, de forma explícita e despudorada, a essência da política de migração da UE - a expulsão de refugiados e migrantes e o encerramento das fronteiras externas.
Para um problema humanitário, avançam uma visão e solução militarista e militarizada. É inaceitável a intervenção da NATO em estreita colaboração com o FRONTEX, a criação da chamada "Guarda Costeira Europeia, e a exigência para que a Turquia tome mais medidas para impedir a travessia e conter o fluxo migratório.
Decisões que são profundamente contrárias ao direito internacional, que protege e confere direitos aos refugiados e requerentes de asilo, e faz antever uma criminosa acção marítima da qual poderão resultar milhares de vítimas.
É esta a política de “solidariedade” que a UE tem para responder à chamada crise migratória, um drama humanitário de centenas de milhar de pessoas que fogem da fome, da miséria, da perseguição, da guerra.
Uma tormenta que resulta directamente da acção intervencionista da UE, em articulação com os EUA e a NATO, com as suas políticas de ingerência e agressão militar em diversos conflitos no Médio Oriente e Norte de África. Criminosas políticas neocoloniais que visam a desestabilização do mundo árabe e o controlo geoestratégico e económico daquelas regiões.